Friday, September 16, 2016

A plutocracia capitalista tratará de destruir qualquer projeto democrático (no Brasil ou internacionalmente) para estabelecer uma sociedade fundada na justiça social e na soberania popular

Entrevista al sociólogo Jorge Moreira por Catherine Bryan sobre el golpe de estado en Brasil (II)

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C.B. Prof. Jorge, desde a publicação da primeira parte desta entrevista, o Senado brasileiro destituiu Dilma Rousseff como presidente do Brasil legitimando um golpe de estado contra 54 milhões de votos brasileiros que a elegeram democraticamente. Como suspeitávamos na primeira parte desta entrevista, o golpe de estado foi finalmente consumado e o vice-presidente golpista Michel Temer assumiu o comando do país até o final de 2018 no meio de fortes manifestações de protesto contra a sua política de recortes salariais (para o rebaixamento dos níveis de vida e de bem estar social dos trabalhadores brasileiros) e contra as suas políticas de privatização da riqueza brasileira a favor do domínio de classe da plutocracia neoliberal. Como você recebeu as notícias sobre esses últimos acontecimentos? 
J.M. Bom, como nós antecipávamos na primeira parte desta entrevista, toda a mascarada carnavalesca (o impedimento ou o impeachment de Dilma), tramada por essa gang (quadrilha) de políticos corruptos e usurpadores do PMDB (Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, o ex-presidente José Sarney, etc.), do PSDB (Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, etc.), tramada pelos empresários da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), pela mídia corporativa (Rede Globo de Televisão da família de Roberto Marinho, pela imprensa de direita do Brasil, as revistas Veja e Isto é, os jornais a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, etc.), e pela máfia jurídica, foi, (dentro da história da luta de classes entre o capital e o trabalho), uma farsa para justificar e legitimar o golpe de Estado no Brasil. Toda essa encenação teatral não passou de um ritual; não passou de uma "missa fúnebre" para enterrar a "democracia" brasileira (iniciada através do pedido de “impeachment” da presidente que foi acatado pelo corrupto presidente da Câmara, Eduardo Cunha) pois ela já tinha sido assassinada pela decisão dessa gang de usurpadores de afastar ilegalmente a presidente Dilma Rousseff do exercício de suas funções constitucionais.

C.B. Você se refere aos políticos do PMDB e do PSDB como líderes do golpe de estado e sabemos que, atualmente, o senhor José Serra do PSDB está no cargo de primeiro ministro do governo golpista. Também sabemos que, como atual primeiro ministro, foi acusado de tentar subornar alguns membros do Mercosul para se posicionarem contra o governo do presidente Maduro da Venezuela...
J.M. Muitos brasileiros sabem que tanto José Serra como Fernando Henrique Cardoso (líderes do PSDB), ou como Michel Temer e Eduardo Cunha (líderes do PMDB) são quatro dos políticos mais corruptos dos que nasceram no Brasil. Uma prova do que acabo de dizer apareceu recentemente no noticiário brasileiro quando Marcelo Odebrecht denunciou que Michel Temer e José Serra receberam milhões de reais da Norberto Odebrecht, a corporação multinacional, propriedade de sua família.  As noticias revelam que José Serra (ministro do governo golpista de Michel Temer, aliado e cúmplice do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) recebeu, via caixa 2, o equivalente a R$ 23 milhões de reais (1) e que o próprio Michel Temer também  recebeu a bagatela de R$ 10 milhões da Norbert Odebrecht (2)
Mas apesar da denúncia, a denominada “justiça brasileira”, não tomou cartas no assunto: Temer, continua no cargo (usurpado) de Presidente do Brasil e José Serra foi colocado no cargo de primeiro ministro. Eles viajaram, com toda a impunidade, sem nenhum impedimento, à China para participar da reunião dos países do grupo F-20 como mandatários do nosso país.
Outro exemplo de corrupção do PSDB que está registrado na minha memória, faz 20 anos, está relacionado à submissão do governo de Fernando Henrique Cardoso e José Serra ao “Consenso de Washington”; tambem está relacionado à submissão do Brasil às diretrizes da política neoliberal de privatização desenhada pelos EUA para o nosso país. A submissão desses políticos do PSDB ao Consenso de Washington só pôde ser implementada através de uma incrível política antipatriota de entreguismo (do patrimônio nacional/estatal), de corrupção e suborno, que foi finalmente denunciada, muitos anos depois, por dois importantes livros, A Privataria Tucana, do premiado jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Júnior (3) e O Príncipe da Moeda, do professor, escritor e crítico brasileiro Felisberto Vasconcellos, livros que tem desmascarado o governo antipatriota e antidemocrático de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB (4).

C.B. Falando um pouco mais sobre as recentes manifestações de protesto realizadas nas cidades do Brasil (principalmente nas avenidas de São Paulo e do Rio de Janeiro) contra o golpe de estado, os manifestantes tem se expressado claramente gritando uma consigna que parece ser uma repulsa definitiva ao golpe de estado: “Fora Temer”. Gostaria de saber a sua opinião, e quais são os matizes que podemos encontrar por detrás  dessa consigna: “Fora Temer”?
J.M. As fortes manifestações e consignas contra Michel Temer (sobretudo a consigna “FORA TEMER”), começaram a se expandir e generalizar desde que ele apareceu na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil. A vaia e o protesto geral contra o Temer foi tão notável e crescente que ele se acovardou e, amedrontado, já não compareceu à cerimonia de encerramento dos jogos Olímpicos. Não tenho dúvida que a consigna “Fora Temer” é muito importante porque revela o descontento e a repulsa da população brasileira (não somente dentro das cidades do país, mas também no exterior) contra Temer. No último dia 7 de Setembro, por exemplo, quando Michel Temer apareceu em público para celebrar o Dia da Independência do Brasil, recebeu o repúdio da vaia massiva da população brasileira (5).
Agora devo informar que, desde meu ponto de vista, a consigna “FORA TEMER” é uma espécie de guarda-chuva abstrato. Eu acredito que debaixo deste guarda-chuva, se encontram diferentes posições e matizes ideológicos. Por exemplo, sei de brasileiros que não querem o golpista Temer como presidente do Brasil porque desejam a volta de Dilma como presidente. Sei de outros brasileiros que não querem o golpista Temer como presidente mas tampouco querem a volta de Dilma Rousseff; esses brasileiros querem a realização de novas eleições para o país. Outros brasileiros querem simples e sinceramente que o PT volte ao poder, com Lula, com Dilma, ou mesmo sem ela.  
Também, sei de brasileiros da classe média, membros ou eleitores do PSDB que gritam “Fora Temer” porque querem colocar no seu lugar um representante do PSDB que seja mais ilustrado que Temer e que represente um retorno mais radical do Brasil às antigas privatizações dentro das diretrizes do Consenso de Washington via o Fundo Monetário Internacional (FMI); um retorno as mesmas diretrizes e estratégias que já foram implementadas pelo PSDB durante o governo entreguista do Fernando Henrique Cardoso. Um retorno que seria excelente para o grupo minoritário mais rico do país, mas que seria mais uma desgraça para o povo trabalhador da nação brasileira.
Li uma recente entrevista do Prof. Boaventura de Sousa Santos, “Serra é o homem dos EUA no governo” advertindo para essa provável futura realidade brasileira: o retorno do PSDB seria um retrocesso e uma desgraça ainda maior não somente para a nossa frágil democracia, mas também para o Mercosul, para os BRICS e para toda forma de emancipação sócioeconômica e cultural dos trabalhadores brasileiros que tem lutado para a realização do projeto de uma América Latina unida, soberana, autônoma e independente dos governos dos EUA (6). Nessa perspectiva, o governo Michel Temer, sem credibilidade e sem legitimidade poderia ser o “novo boi de piranha” para por fim “a operação Lava-Jato” e para justificar “o golpe” do PSDB dentro do golpe de estado encabeçado por Temer. Já o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, demitido recentemente pelo próprio Michel Temer resolveu quebrar o protocolo e abriu o bico para a revista Veja, denunciando que o governo golpista o demitiu porque quer abafar a operação Lava-Jato (7).

C.B. “Boi de piranha”? O que significa esta expressão?
J.M. No Brasil, a expressão “boi de piranha” tem uma utilização descritiva e uma metafórica. Quando os donos de um rebanho de bois e vacas querem cruzar um trecho do rio São Francisco infestado das temíveis piranhas, eles costumam sacrificar uma ou duas cabeças de gado, para atravessar o rio com segurança. Para atrair as piranhas, eles fazem cortes em varias partes do corpo dos animais sacrificados, deixando-os banhados em sangue, na parte mais rasa do rio. Enquanto as piranhas devoram os animais ensanguentados, os demais animais do rebanho atravessarão o rio sem perigo. No caso do golpe de estado parlamentar do PMDB/PSDB no Brasil, a expressão “boi de piranha” é uma metáfora para indicar que a cassação do corrupto ex-presidente da câmara do PMDB, Eduardo Cunha, não passou de um expediente ritual para dar aparência de que a justiça política brasileira está funcionando contra a corrupção, mas o objetivo crucial é, por um lado cancelar a operação Lava-Jato e excluir o grupo da liderança do governo neoliberal.

C.B. Para trazer uma outra dimensão a nossa entrevista, (e considerando a atual conjuntura histórica no Brasil)  qual  tem sido a função social e simbólica da produção cultural e estética dos artistas e dos intelectuais brasileiros nesse processo político que resultou no golpe de Estado?
J.M. A sua pergunta sobre as relações entre estética, cultura, ideologia e política no Brasil é muito ampla e complexa e não terei espaço nem tempo para respondê-la  com a amplitude e complexidade que ela merece; tão pouco estou capacitado e atualizado para opinar sobre a recente produção cultural simbólica brasileira dos últimos anos. No entanto, acredito que posso tratar de respondê-la de uma forma algo limitada e abreviada, isto é, através da perspectiva da minha memória pessoal e de uma retrospectiva histórica que tome o atual golpe de estado do PMDB e do PSDB como resultado do processo de luta política e cultural que vem se desenvolvendo no Brasil pós ditadura militar de 1964 até os nossos dias.
O filme Terra em Transe, de 1967, é uma das obras primas do cineasta Glauber Rocha (e na minha opinião ao lado dos filmes de Sergei Eisenstein, um dos melhores filmes políticos de todos os tempos), pode ser descrito como a mais poderosa alegoria da historia dos golpes de estado e do populismo no Brasil e na América Latina (8); golpes de estado que são instrumentos da direita nacional e internacional para defender os interesses do capital financeiro e das corporações multinacionais.
Assim, o filme Terra em Transe trata de representar, numa forma explosiva e indignada, o teatro político (a mascarada carnavalesca) que resultou na tragédia do golpe militar de 1964 numa nação/país alegórico “Eldorado”: Brasil/América Latina.
A explicação ou racionalidade histórica do filme Terra em Transe se origina na lógica da economia política marxista da luta de classes, do colonialismo, do imperialismo e da traição da burguesia nacional e do populismo ao povo brasileiro. Esta é a mesma lógica que, em minha opinião, explica a realização do recente golpe de estado contra o governo democraticamente eleito de Dilma Rousseff.
Mas, apesar da extraordinária síntese cognitiva da visão cinematográfica desse transe da sociedade brasileira, durante e depois do golpe militar, o filme foi pouco compreendido pelo reduzido número de espectadores que tiveram acesso ao filme que, por sinal, esteve censurado e perseguido pela ditadura militar brasileira por muito tempo. Apesar do seu conteúdo político (e da sua forma artística inspirada no teatro politicamente revolucionário de Bertolt Brecht), o filme foi lido de um modo inadequado. Em minha opinião, o filme foi lido na época de forma superficial e um tanto quanto despolitizada pelos novos movimentos artísticos e musicais que lhe sucederam (como o movimento tropicalista, por exemplo). Ao tratar de interpretar a alegoria de Terra em Transe, estes movimentos enfatizaram mais o lado fragmentário (que problematiza o sentido) do filme do que o seu lado totalizador (que afirma o sentido). Por isso, o lado totalizador do filme ficou em segundo plano; e, para mim, é o lado totalizador do filme que revela o sentido e a lógica da dominação e exploração do capitalismo imperialista que foi o fator determinante do golpe militar de 1964 e da história do nosso país até hoje.
Por esta via, os representantes mais destacados do movimento tropicalista (como os notáveis compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil) por exemplo, se distanciaram da visão dialética, politicamente marxista do filme Terra em Transe  e  se dedicaram a celebrar as oposições culturais antagônicas mais a tono com o movimento modernista de 1922.
Assim, o filme Terra em Transe, que enfatizava a lógica da luta de classes e do imperialismo no Brasil, foi transformada, na produção tropicalista da época, numa visão liberal para celebrar oposições culturais entre o lado arcaico e o lado moderno do país; para celebrar oposições “chocantes/aberrantes/cafonas” e “absurdas” da relação entre modernidade/tradição na nação brasileira, como podemos  observar nas letras da música “Tropicália”  gravada pelo Caetano Veloso: “Viva a bossa, viva a palhoça”,  “viva Iracema, viva Ipanema”. A música “Tropicália”, composta e cantada por Caetano Veloso (9), se transformou no nome do disco/álbum coletivo do fundador do movimento tropicalista (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Rogerio Duprat, Tom Zé, etc.) e foi emblemática daquele período de despolitização social e econômica: o disco coletivo (10) também funcionou ideologicamente como uma espécie de manifesto do movimento tropicalista.
Embora o movimento tropicalista tenha contribuído artisticamente para ampliar a discussão cultural brasileira, promovendo o retorno do modernismo de Osvaldo de Andrade, questionando a mística das raízes nacionais, e misturando linguagens, textos e tradições, o movimento não se destacou por denunciar o lado da dominação e exploração burguesa da classe trabalhadora que, por seu lado, já havia sido exposta pelo modernismo da escritora Patrícia Rehder Galvão (conhecida pelo pseudônimo de Pagu) no romance O Parque Industrial (11).
Uma das críticas culturais mais relevantes ao movimento tropicalista daqueles anos pode ser encontrada no original ensaio "Notas sobre a cultura e a política, 1964-1969", do professor e crítico cultural, Roberto Schwarz, que viu no tropicalismo uma rendição inconsequente ao mercado capitalista e uma adesão ao projeto de modernização conservadora proposto pela ditadura militar (12).
Com a vitória e imposição da ditadura, a mídia corporativa, liderada pelo sistema Globo de Televisão e associadas (a ditadura vídeo-financeira da burguesia nacional/internacional) utilizavam tanto a telenovela, como a Música Popular Brasileira, a MPB, (incluindo programas com apresentações e composições tanto de Roberto Carlos como de Caetano Veloso e os tropicalistas) para legitimar e assegurar as relações entre a estética e a política que eram inócuas ao modelo político autoritário-fascista de dominação da ditadura.
Assim, a telenovela, a MPB tropicalista e pós-tropicalista, funcionavam, direta ou indiretamente, como instrumentos de propagação da ideologia liberal capitalista combinada com os valores da modernização conservadora implantada pela ditadura brasileira e pela ditaduras latino-americanas (Chile, Argentina, Uruguai). Muitos, hoje sabemos, que o colaboracionismo da mídia corporativa capitalista servia para esconder os crimes da “Operação Condor” e os dados devastadores da expansão do neoliberalismo (do Milton Friedman e dos Chicago Boys) na América Latina.
Neste processo, a mentalidade da opinião pública da classe média brasileira e do público em geral foi despolitizada e alienada pelas telenovelas (os melodramas) da TV Globo (que eram as líderes de teleaudiência nacional), pela cooptação de inúmeros artistas (músicos, pintores, desenhistas) e pelos intelectuais da esquerda brasileira que trabalhavam para a TV Globo de Roberto Marinho.
Em outras palavras, uma parte significativa da intelectualidade, dos artistas brasileiros foram cooptados pelo deslumbrante encanto televisivo e financeiro da TV Globo e da mídia corporativa brasileira. É através desse processo sócioeconómico-político-cultural dessa nova conjuntura criada pela indústria cultural de caráter imperialista, que podemos entender grande parte da trajetória despolitizada do tropicalismo de Caetano Veloso, de Gilberto Gil, na sociedade brasileira.
Atualmente, esse processo de despolitização da sociedade brasileira através dos representantes do movimento tropicalista pode ser observado nas variações da ideologia e atitudes de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Por exemplo, em 1983, o jornalista Paulo Francis denunciou num artigo jornalístico, a subordinação acrítica do Caetano Veloso diante do “charme” e “encanto” do artista Mick Jagger (o superstar dos “Rolling Stones” endeusado pela mídia internacional). No artigo, Paulo Francis descrevia a forma com que Caetano Veloso foi humilhado e zombado por Mick Jagger e ficou, como bobo, sem se dar conta da humilhação que o líder dos Stones lhe fazia na entrevista que o compositor realizou ao Jagger (13). Transtornado pela crítica reveladora de Paulo Francis, Caetano, em vez de defender-se com argumentos plausíveis, apelou para o verbo e histericamente atacou pessoal e moralmente ao Paulo Francis, chamando-o de “bicha” (homossexual). O mais irônico, paradoxal da atitude do compositor baiano foi que além de não poder justificar os adjetivos usado contra Francis, Caetano esqueceu de lembrar que membros (irmão/irmã) da sua própria família imediata se enquadravam na categoria com que ele tratava de denegrir o Paulo Francis, contradizendo seu papel de figura liberal antiestablishment em prol da liberdade individual (14)
O leitor poderá observar outras poderosas críticas à problemática evolução política, ideológica e artística do Caetano Veloso em dois textos relacionados ao livro Verdade Tropical do compositor baiano: a) no lúcido e ácido artigo “Sem mentira não se vive”, do sociólogo Gilberto Felisberto Vasconcellos (15); e b) no artigo “Verdade tropical: um percurso de nosso tempo”, do professor e crítico literário Roberto Schwarz (16).
Por aquela época Caetano Veloso, já bastante fragmentado e alienado do nacional e do popular brasileiro, começou a defender e a celebrar o governo “Consenso de Washington” (Washington Consensus) do PSDB; defender o governo do presidente neoliberal e corrupto Fernando Henrique Cardoso (FHC) e seu amigo e colaborador José Serra (atualmente o ministro das relações exteriores do governo golpista de Michael Temer). Como sabemos, Fernando H. Cardoso e José Serra (depois da sua submissão socioeconômico e política ao Consenso de Washington e sua aliança com o PFL do ex-governador Antônio Carlos Magalhães, “o Toninho malvadeza”) tem sido considerados como dois dos maiores traidores do pensamento da esquerda latinoameriana sendo considerados como alienadores (“vende-pátrias”) da riqueza nacional ao capital das corporações multinacionais. Deste modo, a intervenção ideológica e política de Caetano Veloso como artista nacional internacional globalizado está bem próxima da  posição ideológica entreguista do PSDB. No seu caminhar para posições ideológicas de direita, Caetano chegou ao ponto de se transformar (junto aos agentes da CIA) num destacado  detrator da heroica figura de Che Guevara e da revolução cubana dentro da história latino-americana.
Gilberto Gil, por seu lado, também foi se fragmentando, se alienando artisticamente, e foi se convertendo à ideologia neoliberal dominante chegando ao ponto de se transformar num artista internacional globalizado que fez o jogo de Kofi Annan e da ONU durante a guerra contra o Iraque: como sabemos, a questionada Organização das Nações Unidas participou da farsa e das mentiras de George W. Bush, inventadas para invadir e deflagrar a guerra contra o povo do Iraque. Como neoliberal de estilo populista esquerdista Gilberto Gil ainda participou como ministro da cultura do governo neoliberal e corrupto do presidente Luiz Inácio da Silva, conhecido popularmente como Lula.
Para resumir, é necessário dizer que a trajetória neoliberal, politicamente conservadora de Caetano Veloso e de Gilberto Gil, culminou (na sua mudança ideológica para a direita), na viagem que ambos fizeram para realizar shows musicais no Estado sionista e fascista de Israel, um dos países que mais tem se destacado na implementação da sua abominável política de invasão, de colonização, de guerra, de ocupação e apartheid nos territórios da população palestina (17).

C.B. Voltando ao tema do golpe de estado e à relação entre corrupção e política, qual a sua opinião das notícias sobre a corrupção na campanha democrata de Hillary  Clinton, a candidata a presidente dos Estados Unidos da América?
J.M. Para começar, podemos afirmar que existe uma corrupção generalizada do processo eleitoral nos EUA; que não existe controle sobre a capacidade dos ricos para comprar as eleições no país. Em consequência, a palavra “democracia” é sinônimo de farsa e de piada de mal gosto, aqui e no exterior.
A candidata Hillary Clinton,  por exemplo, através da Fundação Clinton, administrada por ela e pelo marido (o ex-presidente dos EUA) Bill Clinton, têm recebido “doações” dos estados terroristas da Arábia Saudita, de Kuait, do Qatar, do Omã, da Argélia, Austrália e outras. Tem recebido dinheiro de corporações multinacionais como a ExxonMobil, a General Electric, a Coca-Cola, a Microsoft de Bill Gates, e até, no passado, de Donald Trump. E como estava previsto, tem recebido dólares dos maiores bancos de Wall Street tais como Goldman Sachs, J.P. Morgan e outros. Do Brasil, Hillary Clinton tem recebido dinheiro de grandes bancos, corporações e empreiteiras brasileiras tais como o Itaú Unibanco, o Banco Santander Brasil, Andrade Gutierrez etc. (18)
Ainda em relação a Hillary Clinton, a candidata do partido democrata, já muitos estadunidenses estão informados das esperpênticas características da senhora Clinton em suas atitudes, políticas, declarações, especialmente durante o período em que foi Senadora e logo, Secretária de Estado: Hoje a esquerda estadunidense e internacional está informada que a candidata Hillary, sendo discípula do ex-secretário de guerra Henry Kissinger, apresenta muitas das mesmas características e atitudes do seu orientador tais como as mentiras sistemáticas, a demagogia, os crimes de guerra, o terrorismo de estado e atuação militarista que beira  ao genocídio (19).

C.B. Você gostaria de ser mais especifico neste ponto?
J.M. Por que não? O que Hillary realizou como Secretária do Departamento de Estado dos EUA, pode ser exposto em qualquer museu da história universal da infâmia como um desempenho monstruoso: ela é a responsável pela implantação do golpe de estado e pela ditadura em Honduras, ela é a responsável pelo hediondo assassinato do chefe de estado líbio, o líder Muammar al-Gaddafi, assim como pela destruição de uma das sociedades economicamente mais prósperas da África: a Líbia. Hillary Clinton também é responsável pelo golpe de estado na Ucrânia e pelo constante apoio à expansão da OTAN na Europa e pela sistemática provocação belicista contra a Rússia e a China, além de trabalhar incessantemente a favor dos interesses do estado colonialista de Israel contra a população da Palestina. É uma das mais dedicadas lobistas do Complexo Industrial Militar, dos bancos de Wall Street e do governo subimperialista e do apartheid do estado de Israel. Hillary Clinton é, como os políticos Barack Obama e George W. Bush antes dela, uma das modernas desgraças políticas dos EUA. Todos eles são indivíduos da mesma estirpe de políticos: aqueles que tem promovido a sistemática desgraça no planeta Terra para favorecer o domínio imperial dos EUA, para defender o poder econômico-finaciero de uma elite de menos de 1%.

C.B. Qual é a função antidemocrática do partido democrata de Hillary e do republicano de Donald Trump na corrida eleitoral para o ano de 2016?
J.M. Como já analisei em escritos anteriores sobre a luta de classes nos EUA, Hillary Clinton, Bill Clinton, Barack Obama, os dois George Bush (pai e filho), o Ronald Reagan, o candidato Donald Trump, todos eles são produtos políticos da ditadura governamental estabelecida por dois partidos políticos que são extremamente antidemocráticos e corruptos pois estão a serviço do sistema plutocrático da minoria multibilionária, como já mencionei, de menos de 1% dos estadunidenses.  Os dois partidos, cada um por seu lado, se complementam, pois na luta de classes, trabalham a favor desta abominável oligarquia dos plutocratas estadunidenses.

C.B. Qual é na sua opinião o papel da mídia corporativa no atual processo eleitoral dos EUA?
J.M. A candidata Clinton, com a ajuda e a cumplicidade da mídia corporativa partidária do Partido Democrata Nacional (cadeias de TV como MSNBC, revistas e jornais como Wall Street Journal, The New York Times, Washington Post e outros), empregaram várias técnicas para fabricar consenso (“manufacturing consent” como denomina Noam Chomsky) para beneficiar Clinton e marginalizar a Bernie Sanders nas eleições primárias.
Com a ajuda da mídia corporativa, com cumplicidade dos líderes democratas, como Barack Obama, Bill Clinton, Leon Paneta (ex-chefe da CIA), com a ajuda e o apoio do lobby Israel-EUA (AIPAC) e com o apoio do dinheiro dos bancos de Wall Street, das corporações multinacionais, do complexo industrial militar, das petroleiras, não se diferencia em nada dos políticos corruptos do partido republicano. E usaram todo este poder antidemocrático para enganar a Bernie Sanders e aos eleitores estadunidenses.
É bom repetir ao público leitor que a mídia corporativa, controlada por democratas, pelo dinheiro de Wall Street, pelo Complexo Industrial Militar e pelas companhias petroleiras não se diferenciam substancialmente em nada da mídia corporativa (a Fox News, por exemplo) controlada pelo partido republicano.

C.B. Como se manifesta a cumplicidade e a corrupção dentro da mídia corporativa dos EUA na reprodução do sistema político capitalista estadunidense?
J.M. A mídia corporativa (republicana ou democrata) é a mesma mídia que ajudou a administração George W. Bush/Dick Cheney a promover o terrorismo de estado dos EUA para invadir e assassinar o povo do Iraque, fundamentado nas mentiras da própria administração Bush: na mentira de que o governo do Iraque tinha bombas atômicas (“Weapon of Mass Destruction”) para utilizar contra os EUA.
Hoje, essa mídia corporativa continua manipulando para manufaturar o consenso para apoiar, como já mencionei, a nova guerra imperial: a guerra hibrida dos EUA (do governo Barack Obama/Hillary Clinton) e da OTAN contra o povo russo e do povo chinês. A imprensa corporativa dos EUA (seja controlada pelos democratas ou pelos republicanos) se converteu em um dos mais poderosos instrumentos do país para ajudar a deflagrar (voluntaria ou involuntariamente) a terceira e última guerra mundial (20). 

C.B. Qual o seu comentário sobre o ultimo escândalo de corrupção dentro do partido democrata gerado pelas revelações de Wikileaks, ou seja que o partido democrata prejudicou consciente e voluntariamente o candidato Bernie Sanders para o beneficio de Hillary Clinton?
J.M. A corrupção dos líderes do partido democrata chegou a tal ponto que milhares de membros eleitores do partido o estão abandonando; eles estão saindo do partido para, por um lado, apoiar a candidata do Partido Verde, Jill Stein, enquanto outros membros do partido democrata, por outro lado, estão tão indignados e frustrados com a Hillary Clinton que chegaram ao ponto de apoiar o candidato republicano Donald Trump. Porque? Porque, segundo informações, atualmente Donald Trump incorporou umas quantas demandas socioeconômicas reveladas por Bernie Sanders quando concorria a nominação democrata como, por exemplo, ser contra os acordos antidemocrático da Parceria Transpacífico (The Trans-Pacific Partnership, TPP), e da Parceria Trans-Atlântica para Comércio e Investimento (Transatlantic Trade and Investment Partnership, TTIP) que os EUA estão impondo, por um lado, aos países banhado pelo oceano Pacifico e por outro lado,  à União Europeia. Outros eleitores, completamente desiludidos, se retiraram dessas eleições. Não vão votar.

C.B. Que papel tem jogado as informações reveladas por Wikileaks sobre a corrupção do processo eleitoral para a presidência dentro dos EUA?
J.M. Não tenho dúvidas que as informações de Wikileaks, forçaram a ex-presidente do Partido Nacional Democrata, Debbie Wasserman Schultz, a renunciar a seu cargo de presidente, porque foi revelada como responsável de ter estado manipulando as informações sobre a candidatura de Bernie Sanders para beneficiar a Hillary Clinton. Debbie Wasserman Schultz, foi acusada de ser falsificadora de dados e de gerar situações muito negativas sobre a capacidade de Bernie Sanders para ganhar as eleições estadunidenses.
Atualmente existe uma forte onda de protestos da juventude americana porque embora Debbie Wasserman Schultz tenha anunciado a sua renúncia por ser uma política corrupta e corruptora, ela continuou sendo apoiada, vergonhosamente, por Hillary Clinton e por Barack Obama. E Wasserman Schultz acaba de ganhar sua primaria senatorial na Flórida.
O mais ridículo e irresponsável da candidata Hillary Clinton é tratar de distrair e enganar o publico americano sobre o ato de corrupção da sua colaboradora, culpando (com a ajuda da média corporativa) a Rússia pelo vazamento das informações (sobre a corrupção praticada por Debbie Wasserman Schultz no partido democrata para lhe beneficiar em detrimento de Bernie Sanders) para Wikileaks. 
A proposito da atual corrupção e das características antidemocráticas do Partido Democrata, o senador Bernie Sanders, foi o único político estadunidense de importancia que denunciou o silêncio que os políticos democratas, Barack Obama e Hillary Clinton, tem mantido em relação ao inconstitucional processo de impeachment e ao golpe de estado contra Dilma Rousseff no Brasil. (22) 

C.B. A revolta e os protestos da juventude americana se estendeu contra o próprio ex-candidato Bernie Sanders quando ele aceitou ser derrotado pela corrupção do partido democrata e finalmente  apoiou a candidatura de  Hillary Clinton...
J.M. Sem dúvida, o que mais indignou a juventude é que o candidato Sanders perdeu a oportunidade de denunciar a corrupção de Wasserman/Clinton (junto à traição do partido democrata) para romper com todos eles e se postular como candidato independente, ou, como o candidato do Partido Verde tendo Jill Stein como vice-presidente.
                Em outras palavras, a capitulação, ou a cooptação de Bernie Sanders, sua fidelidade a Hillary Clinton e ao partido democrata, revelou-se para a juventude como uma enorme manipulação e uma profunda traição aos interesses dos seus jovens defensores. 

C.B. A palavra “traição” é uma termo popular muito usado tanto na literatura (penso em Julius Cesar de Shakespeare) como na vida cotidiana e  amorosa para traduzir a sedução e o engano numa relação entre indivíduos e coletividades. No âmbito político e econômico também tem sido usado para definir a sedução e o engano que poderosos líderes políticos utilizam para conseguir o voto dos eleitores. O que você pensa do termo “traição” para qualificar negativamente o comportamento dos líderes republicanos ou democratas em relação aos trabalhadores americanos que lhes tem votado.
J.M. A palavra e o ato de traição tem sido constantes na guerra entre classes sociais nos EUA e no exterior. Para ficar nos exemplos recentes, vejamos a sistemática traição dos ex-presidentes Bill Clinton (democrata) de George W. Bush (republicano) e do atual presidente Barak Obama (democrata) aos trabalhadores estadunidenses para beneficiar a ditadura da plutocracia estadunidense.
A ditadura da política econômica da plutocracia estadunidense na sociedade americana está fundamentada, como já mencionei, politicamente na ditadura dos dois partidos políticos corruptos: o partido democrata e o partido republicano. Assim, podemos observar que os secretários do Tesouro dos EUA (os Ministros da Fazenda), “selecionados” por democratas ou por republicanos, são todos eles provenientes da elite financeira dos bancos de Wall Street, sobretudo do Banco Goldman Sachs. Basta mencionar os nomes dos últimos secretários do Tesouro estadunidense para fazer uma ideia clara do poder ditatorial desta oligarquia financeira: Robert Rubin (governo de Bill Clinton), Larry Summers (governo Bill Clinton) Henry Paulson (governo George W. Bush), Timothy Geithner (governo Barack Obama), todos eles são provenientes do capital financeiro conectado aos bancos de Wall Street.
Para os leitores não familiarizados com este tipo de hierarquia ditatorial, informamos que o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos é o titular que chefia o Departamento do Tesouro dos EUA. Ele é não somente a autoridade governamental responsável pelos assuntos financeiros e monetários do país (sendo  semelhante ao Ministro de Fazenda de outros países) mas também  forma parte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
Também podemos observar que sucede a mesma coisa no “processo de seleção” dos presidentes (chairman) do Federal Reserve, FED (o Banco Central dos EUA): os últimos presidentes do FED, Alan Greenspan e Ben Bernanke, são provenientes da mesma elite financeira dos bancos de Wall Street.
Assim, não importa quem seja o presidente  dos EUA (democrata ou republicano), pois irá defender os interesses de classe da plutocracia e irá nomear como Secretário do Tesouro [e/ou presidente da Reserva Federal (FED)], nomes provenientes  da elite  de Wall Street. Wall Street tem tido o poder de veto sobre todas as principais posições do gabinete presidencial, e assim, em essência, a economia está sendo liderada pelo setor financeiro para o setor financeiro.

C.M. O que você pensa sobre a entrevista de Julian Assange sobre os dois candidatos presidenciais ao governo dos EUA?
J.M. Na minha opinião, Julian Assange tem toda razão quando afirma que “escolher entre Donald Trump ou Hillary Clinton é como escolher entre a cólera e a gonorreia" [“Choosing Between Trump or Clinton is Like Picking Between Cholera or Gonorrhea”(23)]. No Brasil, temos um dito para ilustrar ou metaforizar a situação: “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”. Não existe mal menor entre os dois candidatos. E a julgar pelo que sabemos da história política de Hillary Clinton ela não é o mal menor, ela é o mal maior não somente para o Brasil  como para todo o mundo.

C.B. Na sua opinião, existe atualmente algum grande país que tenha combatido com êxito a corrupção governamental evitando a entrega da riqueza nacional (social e coletiva) ao imperialismo ocidental?
J.M. Até onde podemos evitar ser contaminados e enganados pelas noticias da mídia corporativa capitalista ocidental (e dos EUA) contra o  presidente Wladimir Putin; até onde podemos conseguir informações fidedignas (através de meios de informação alternativos) sobre o governo do presidente Putin, a minha opinião é a seguinte: Wladimir Putin, é um dos grandes heróis do povo russo, de acordo com o altíssimo  índice de aprovação do seu governo no país.
O que salta a vista na atuação do presidente Putin na história social recente é o seu poderoso papel na defesa e na recuperação do bem estar social do povo russo, depois da traição dos governos anteriores: do cândido ex-presidente Mikhail Gorbachev (que ficou deslumbrado com o consumismo ocidental); do embriagado e prostituído governo do ex-presidente Boris Yeltsin. Acredito que o excepcional na presidência de Putin é: depois que Gorbachev e Yeltsin abriram a riqueza da nação para os grandes oligarcas (Mikhail Khodorkovsky e Boris Berezovsky), para as máfias organizadas pelos oligarcas (24); depois que os oligarcas e suas máfias  quase destruíram a riqueza da nação russa (através da associação e submissão aos interesses do imperialismo dos EUA e Europa), foram os dois governos de Wladimir Putin que devolveram a integridade e o respeito nacional ao povo russo que tinha ficado empobrecido, fragmentado e dizimado pelas administrações anteriores, como explicarei adiante.
Como podemos observar pelos dados recentes, 4,5 milhões de russos morreram no início dos anos 90, por fome, por desemprego e por doença (25). Antes dos governos de Gorbachev e de Yeltsin, o povo russo viveu uma época de bem-estar social. E não podemos tão pouco esquecer que a Rússia era um dos modelos de socialismo (que ainda não sendo o que desejávamos), abria a possibilidade de que as nações do “Terceiro Mundo”,  colonizadas ou imperializadas pelas potencias ocidentais, pudessem se converter em países onde predominaria a justiça e o bem estar social para toda a população (através das mudanças estruturais realizadas na economia e na sociedade). Antes do governo de Gorbachev e de Yeltsin, a Rússia também funcionava como uma grande força defensora dos países progressistas, tais como Cuba, Vietnã e demais países atacados pelo imperialismo dos EUA e Europa Ocidental.   
Depois da traição dos governos de Gorbachev e Yeltsin (deles entregarem a propriedade estatal e coletiva russa aos oligarcas russos, deles passarem o poder e a soberania política às máfias dos oligarcas russos), o presidente Wladimir Putin teve que lutar contra os inimigos, internos e externos, para defender os interesses soberanos da Rússia contra os interesses da máfia oligárquica russa associada ao imperialismo internacional.
Foi assim que, entre 2000 e 2004, Putin conseguiu vencer as grandes disputas de poder entre os oligarcas russos. Esta vitória está representada, por exemplo pelo controle e estatização da petroleira YUKOS, uma empresa privada cujo dono era o chefe mafioso Mikhail Khodorkovsky, que foi julgado e condenado na Rússia a nove anos de prisão por sete crimes, incluindo roubo, fraude e sonegação fiscal.  
Outros dos denominados sete oligarcas russos fugiram do país como, por exemplo, Boris Berezovsky que escapou para Israel (pois era cidadão israelense e não russo) para não ser condenado pelo governo de Putin. Sabemos atualmente que os oligarcas russos eram indivíduos extremamente ricos e poderosos que, por meio da violência, do roubo e da corrupção ficaram com um percentual imenso (os informes falam de entre 70 e 80 por cento) dos recursos da Rússia, desde petróleo, à indústria do automóvel, chegando aos meios de comunicação.
Como podemos comparar (guardando as devidas diferenças e distancias) os indivíduos anti-nacionalistas russos referidos são equivalentes aos golpistas e entreguistas brasileiros: Michel Temer, Eduardo Cunha, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves  que estão buscando entregar o petróleo, o Pré-sal e as riquezas do Brasil aos magnatas ocidentais da plutocracia imperialista. E essa é, sem dúvida nenhuma, uma das razões fundamentais porque o presidente Wladimir Putin é tão odiado, demonizado e execrado pelo governo estadunidense, por Hillary Clinton e pela mídia corporativa associada que defende os interesses imperiais plutocráticos dos EUA e Europa ocidental. 
O mais absurdo é que a mídia corporativa ocidental tem aumentado a sua capacidade  manipuladora para  provocar e ajudar a fomentar a próxima guerra nuclear contra a Rússia e a China como podemos observar através da sistemática campanha escandalosa fabricada pelos meios de (des)informação ocidentais contra o governo de Wladimir Putin e contra o governo da China (26).
Faz apenas uma semana, o jornalista e cineasta inglês John Pilsen e o jornalista  Manuel E. Yepe escreveram dois excelentes artigos (27) a respeito da decisão final do "Tribunal Penal Internacional" de inocentar o ex-presidente Slobodan Milosevich das acusações realizadas pelas potências ocidentais contra ele. Assim, o Tribunal Internacional para a Iugoslávia, em Haia,  exonerou o falecido presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, de toda a culpa por crimes de guerra cometidos durante a guerra da Bósnia de 1992-1995 incluindo o massacre de Srebrenica.
Só depois do "Tribunal Penal Internacional" concluir que todas as provas contra Milosevich eram falsas e repletas de absurdas mentiras, o ex-presidente Milosevich foi finalmente (depois de morto) declarado inocente por aquele Tribunal. Desta forma, o jornalista e cineasta britânico John Pilger nos mostra como o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, o ex-primeiro ministro Tony Blair (vejam os resultados que o recente Relatório Chilcot revela sobre a responsabilidade do ex-primeiro ministro Tony Blair sobre os crimes de guerra contra a humanidade), e a ex-secretária de estado, Madeleine Albright, foram ajudados pelos meios de comunicação corporativos no sentido de justificar e legitimar o ataque sanguinário e ilegal da OTAN à Sérvia em 1999. John Pilger sentencia, “O ataque da OTAN foi uma fraude. E foi um crime de guerra.”Mas os crimes da OTAN não foram investigados. John Pilger denuncia: “Em 2008, Carla Del Ponte, promotora do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia, revelou ter sido pressionada a não investigar os crimes da OTAN” (28).
Através da leitura do artigo de John Pilsen podemos constatar que é sempre a mesma História Universal da Infâmia; uma história produzida narrativamente por EUA/Europa com a ajuda da sua imprensa corporativa contra todos os governos ou seres humanos que discordem da ditadura do imperialismo (da ditadura do Capital Financeiro Ocidental, Complexo Industrial Militar/OTAN e as corporações multinacionais de petróleo). Os que discordarem serão as próximas vítimas das guerras e sofrerão a desgraça causada pela hegemónica narrativa oficial do imperialismo.
Os exemplos são incontestáveis: depois da guerra e da barbárie contra o ex-presidente Slobodan Milosevich e o povo sérvio, podemos testemunhar, a mesma guerra e a mesma barbárie contra o governante Sadam Hussein (através da mentiras das “armas de destruição massiva”) e o povo do Iraque; podemos testemunhar a mesma guerra e barbárie contra o líder Khadafi e o povo líbio; a mesma guerra e barbárie contra o governante e o povo da Síria, a mesma barbárie contra o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, e o povo hondurenho.  E assim, se seguirá ad infinitum, se não formos capazes de parar a barbárie imperialista a caminho de provocar uma terceira guerra mundial.
Neste momento, o governo de Barack Obama e seus aliados europeus tratam, com a ajuda dos meios de comunicação corporativos, de fazer a mesma coisa contra a Rússia e a China, mas como sabemos estes dois países têm o que os outros não tinham: bombas atômicas e nucleares para se defender da agressão do imperialismo ocidental.

C.B. Prof. Jorge, voltando às nossas perguntas sobre a relação entre a destituição de Dilma Rousseff, o golpe de estado consumado pelo vice presidente golpista Michel Temer  e as fortes manifestações de protesto contra a política de recortes salariais e de privatização da riqueza brasileira, que perspectivas de lutas ainda são possíveis  no Brasil dentro desta pesada conjuntura?
J.M. O projeto neoliberal do governo Michel Temer/José Serra (PMDB/PSDB) aliado ao imperialismo americano  tem como objetivos centrais: por um lado, reduzir o papel do Estado, reduzir os salários, cortar os gastos dos programas sociais, privatizar as empresas estatais, especialmente a Petrobrás e o Pré-Sal; por outra lado, seus objetivos são: desligar a educação e a saúde das despesas obrigatórias do Estado, cancelar e/ou minimizar tudo aquilo que tem a ver com o desenvolvimento da cultura, com os direitos humanos das  mulheres e das minorias éticas e culturais do Brasil.  Este projeto neoliberal do PMDB/PSDB aumentará a desigualdade e a injustiça social  entre os brasileiros, cancelando, simultaneamente, as poucas, mas positivas conquistas socioeconômica dos governos Lula-Dilma. Em resumo, se trata de um projeto que, devido a obsessão pela austeridade e pela concentração da riqueza, irá aprofundar a crise económica, social e política e colocará o Brasil e a América Latina no caminho do mesmo retrocesso político, económico, social e cultural que tem vitimado a Grécia e os países mais débeis  da União Européia.
Para resistir ao projeto neoliberal do governo PMDB/PSDB e avançar na direção de uma alternativa anti-capitalista, anti-liberal, antiimperialista e popular é necessário e imprescindível que as forças progressivas da esquerda brasileira (tais como o Movimento Sem Terra, MST, os sindicatos e as organizações de trabalhadores urbanos e rurais, as organizações políticas dos setores explorados e excluídos pelo capital, a comunidade de estudantes, intelectuais e artistas revolucionários) sejamos capazes de descartar definitivamente a ideologia e a pratica do populismo político do Partido dos Trabalhadores; sejamos capazes  de aprender com os erros do governo do PT (as concessões estratégicas ao capital financeiro,  a alienação do PT no tocante a uma autêntica organização e participação popular, reduzindo nossos trabalhadores à condição de base eleitoral impotente e manipulável). Para lutar eficientemente contra a dominação e exploração do capital necessitamos da ajuda da teoria revolucionaria marxista para evitar cair, mais uma vez, no erro de apostar todas as nossas cartas exclusivamente no “jogo democrático”, pois a essa altura do campeonato, já deveríamos ter aprendido, com Marx, Lenin, Gramsci e com as evidencias históricas, que as forças que tem destruído sistematicamente a “democracia” em todo o mundo são as forças de direita produzidas pelo grande capital e pelo imperialismo. No caso do Brasil, fica mais uma vez demonstrado, que a direita neoliberal sempre  vai se opor e destruirá (com todos os instrumentos e armas que encontre a sua disposição como aconteceu com o golpe de 1964) a qualquer projeto para criar uma sociedade fundada na justiça social e na soberania popular, mesmo que, para alcançar os seus bárbaros objetivos, tenha que destruir qualquer regime democrático nacional ou internacional.

NOTAS
1)A notícia da corrupção do Ministro José Serra, via Norbert Odebrecht, pode ser localizada no link do jornal A Folha de São Paulo: 

2)A notícia da corrupção do Ministro José Serra, via Norbert Odebrecht, pode ser vista no link do Jornal do Brasil: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/08/07/odebrecht-relatara-pedido-de-temer-para-campanha-do-pmdb-diz-veja/

3) A privataria tucana, Amaury Ribeiro Júnior. São Paulo: Geração Editorial, 2011. (Coleção história agora ; v. 5).

4) O Príncipe da Moeda, Gilberto Felisberto Vasconcellos. Rio de Janeiro: Editora Espaço e Tempo, 1997.

5) As ultimas noticias sobre as manifestações brasileiras de repúdio e sob os gritos de “Fora Temer” podem ser vistas e lidas  no  seguinte link:  http://extra.globo.com/noticias/brasil/desfile-de-7-de-setembro-comeca-com-gritos-de-fora-temer-20066878.html

6) A entrevista do professor Boaventura de Sousa Santos “Serra é o homem dos EUA no governo”, pode ser lida no seguinte  link http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/236127/%E2%80%9CSerra-%C3%A9-o-homem-dos-EUA-no-governo%E2%80%9D.htm

7) A noticia intitulada “Governo quer abafar a Lava Jato, diz AGU demitido”pode ser encontrado no link da Revista Veja: http://veja.abril.com.br/brasil/governo-quer-abafar-a-lava-jato-diz-agu-demitido/

8) Terra em Transe é um filme brasileiro de 1967, roteirizado e dirigido por Glauber Rocha e contou com a participação de notáveis atores brasileiros do período, tais como Jardel Filho, Glauce Rocha, Paulo Autran, José Lewgoy, Paulo Gracindo e outros, recebendo, durante a sua censurada exibições, vários prêmios em festivais de cinema, nacionais e internacionais. 

9) A música “Tropicália” se encontra na primeira faixa do segundo álbum do compositor intitulado Caetano Veloso (1967) da gravadora Philips Records.

10) O título do álbum que inaugurou o movimento tropicalista se intitulava Tropicalia ou Panis et Circencis e foi gravado em julho de 1968 pela gravadora Philips Records.

11) Uma discussão atualizada dessas relações se encontra no ensaio “Antropofagia and Beyond: Patrícia Galvão’s Industrial Park in the Age of Savage Capitalism” da professora Catherine M. Bryan da University of Wisconsin, Oshkosh. O ensaio pode ser lido no link:

12) O extenso e brilhante ensaio "Notas sobre a cultura e a política, 1964-1969", do professor e crítico cultural, Roberto Schwarz  se encontra no livro do autor, O pai de família e outros estudos. Rio de Janeiro. Paz e Terra (1978), mas pode também ser encontrado no seguinte link: http://tropicalia.com.br/eubioticamente-atraidos/visoes-brasileiras/cultura-e-politica.
Num dos momentos pontuais do ensaio, Schwart compara uma das diferenças fundamentais entre a revolucionária “estética da fome” de Glauber Rocha e a sua oposição dentro do movimento tropicalista. Cito : ...” para obter o seu efeito artístico e crítico o tropicalismo trabalha com a conjunção esdrúxula de arcaico e moderno que a contra-revolução cristalizou, ou por outra ainda, com o resultado da anterior tentativa fracassada de modernização nacional. Houve um momento, pouco antes e pouco depois do golpe, em que ao menos para o cinema valia uma palavra de ordem cunhada por Glauber Rocha (que parece evoluir para longe dela): “por uma estética da fome”. A ela ligam-se alguns dos melhores filmes brasileiros, Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol e Os Fuzis em particular. Reduzindo ao extremo, pode-se dizer que o impulso desta estética é revolucionário. O artista buscaria a sua força e modernidade na etapa presente da vida nacional, e guardaria quanta independência fosse possível em face do aparelho tecnológico e econômico, em última análise sempre orientado pelo inimigo. A direção tropicalista é inversa: registra, do ponto de vista da vanguarda e da moda internacionais, com seus pressupostos econômicos, como coisa aberrante, o atraso do país. No primeiro caso, a técnica é politicamente dimensionada. No segundo, o seu estágio internacional é o parâmetro aceito da infelicidade nacional: nós, os atualizados, os articulados com o circuito do capital, frustada a tentativa de modernização social feita de cima para baixo, reconhecemos que o absurdo, a alma do país é a nossa.” 

13) O artigo de Paulo Francis. “Caetano, pajé doce e maltrapilho” de 1983, pode ser lido no link: http://levaumcasaquinho.blogspot.com/2015/10/caetano-paje-doce-e-maltrapilho-1983-um.html

14) A resposta enraivecida, injusta e cheia de ressentimento de Caetano Veloso ao artigo de Paulo Francis, mostra que o compositor tomou a crítica do Francis como um ataque pessoal, em vez de tomá-la como uma análise cultural do processo de mistificação e alienação massiva do ídolo Caetano pela mídia nacional. A reação  emocionalmente histérica do Caetano Veloso pode ser observada no link:

15) No artigo “Sem mentira não se vive” sobre o livro Verdade Tropical, de Gilberto Felisberto Vasconcellos analisa: “O mapa tropicalista de direita surge nítido a nossos olhos de hoje: má-fé acerca do golpe de 64 (a favor da derrubada de João Goulart, mas contra a ditadura militar), interpretação maledicente e reacionária de Glauber Rocha como artista suicida (por que não indagar quem foi entre nós o seu assassino mítico?), desqualificação esnobe e imbecil do folclore, defesa mercenária da TV monopolista...” Neste mesmo artigo de Gilberto Felisberto Vasconcellos “Por causa da prisão em 1969 Caetano aproveita para tirar onda de rebelde, considerando seus companheiros tropicalistas "os mais profundos inimigos do regime". Mentira. Depois do proprietário da Rede Globo e do atual presidente da República, o cantor tropicalista talvez tenha sido o grande beneficiado do golpe de 64. Não é por acaso que ele subestima o papel da CIA nos idos de 64, assim como acha o marechal Castelo um cara bonzinho e "sensato". O artigo completo,  “Sem mentira não se vive”  de Gilberto Felisberto Vasconcellos sobre o livro “Verdade Tropical” se encontra no link:

16) O artigo, “Verdade tropical: um percurso de nosso tempo”, de Roberto Schwarz sobre o livro de Caetano Veloso se encontra no link: https://ficcoescanibais.wordpress.com/roberto-schwarz-verdade-tropical-um-percurso-de-nosso-tempo/

17) A notícia do show de Caetano Veloso e Gilberto Gil em Israel e da negação de ambos ao pedido do músico Roger Waters (do grupo Pink Floyd) para suspender o show que num país que pratica o apartheid contra a população palestina pode ser visto, por exemplo, no link: http://brasileiros.com.br/2015/06/caetano-e-gil-negam-ao-pedido-de-cancelamento-de-show-em-israel/

18) A relação dos países nacionais e estrangeiros que liberam dinheiro para os Clinton se encontra, por exemplo, no artigo “A fundação Clinton é um obstáculo para Hillary chegar a presidencia dos EUA” pode ser visto no link:

19) As espúrias relações entre Kissinger e Hillary se encontram no artigo “Hillary Clinton’s Embrace of Kissinger is inexcusable” e podem ser vistas no link do jornal estadunidense the Nation: https://www.thenation.com/article/hillary-clintons-embrace-of-kissinger-is-inexcusable/

20) Uma guerra na qual [como antecipava Bertrand Russell (filosofo socialista e lógico britânico), Manuel Sacristán (filósofo marxista e lógico espanhol) e pelos intelectuais e movimentos pacifistas internacionais não haverá vencedores nem vencidos, pois toda a raça humana desaparecerá deste planeta Terra.

21) Estas informações podem ser lida no artigo “Wikileaks’s Julian Assange on Releasing DNC e-mails that Ousted Debbie Wasserman Schultz”  do jornal estadunidense Democracy Now, através do link:

22) Os leitores podem verificar a denuncia de Bernie Sanders sobre o golpe de estado no Brasil na reportagem “Bernie Sanders pede posição dos EUA sobre processo contra Dilma Rousseff: Senador denuncia medidas do governo interino e pede eleições democráticas”, no link do Jornal do Brasil: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/08/09/bernie-sanders-pede-posicao-dos-eua-sobre-processo-contra-dilma-rousseff/

23) A entrevista de Julian Assange, “Choosing Between Trump or Clinton is Like Picking Between Cholera or Gonorrhea” pode ser lida no link do jornal estadunidense Democracy Now:

24) Entre os poucos artigos independentes da propaganda hegemônica da mídia corporativa ocidental que denunciam o ataque ao presidente Putin e ao patrimônio russo, se encontra o artigo, “Rusia, Israel y las omisiones de los medios de comunicación” tradução ao espanhol  do  artigo de Alsion Weir para o jornal estadunidense Counterpunch.org,  e pode ser lido no link: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=16622.
Outros intelectuais de importância tais como o professor sociólogo estadunidense James Petras e o jornalista brasileiro Pepe Escobar também tem denunciado frequentemente, em seus escritos, a campanha de difamação contra o presidente Putin e a Rússia por parte dos políticos neoliberais dos EUA, da Europa e da mídia corporativa ocidental.

25) A entrevista de James Petras, “Hillary Clinton no es el mal menor, es el mal mayor” para a Radio Centenário de Montevidéu, Uruguai também menciona estes mesmos dados estatísticos, como se pode verificar através do link:

26) Entre os muitos artigos do jornalista Pepe Escobar sobre essa hipótese provável de uma futura confrontação nuclear entre EUA, aliados europeus versus Rússia e China, seleciono um artigo recente,  “Todo o jogo tem a ver com conter Rússia-China, por Pepe Escobar” que pode ser encontrado no link: http://blogdoalok.blogspot.com/2016/08/todo-o-jogo-tem-ver-com-conter-russia.html
 
27) O artigo, “Provocando a guerra nuclear com o apoio da mídia”, de John Pilger, pode ser lido no link: http://blogdoalok.blogspot.com/2016/09/provocando-guerra-nuclear-com-o-apoio.html
O artigo, El otro crimen de guerra en los Balcanes”, de Manuel E. Yepe, se encontra no link: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=216214&titular=el-otro-crimen-de-guerra-en-los-balcanes-
28) Vejam esta informação no artigo “Provocando a guerra nuclear com o apoio da mídia”, de John Pilger, que pode ser lido no link: http://blogdoalok.blogspot.com/2016/09/provocando-guerra-nuclear-com-o-apoio.html

Agradecemos a revisão do texto por João (Jonga) Olivieri.