Entrevista al sociólogo Jorge Moreira por Catherine Bryan sobre el golpe de estado en Brasil (II)
-->
C.B. Prof. Jorge, desde a publicação da
primeira parte desta entrevista, o Senado brasileiro destituiu Dilma Rousseff
como presidente do Brasil legitimando um golpe de estado contra 54 milhões de
votos brasileiros que a elegeram democraticamente. Como suspeitávamos na
primeira parte desta entrevista, o golpe de estado foi finalmente consumado e o
vice-presidente golpista Michel Temer assumiu o comando do país até o final de
2018 no meio de fortes manifestações de protesto contra a sua política de
recortes salariais (para o rebaixamento dos níveis de vida e de bem estar
social dos trabalhadores brasileiros) e contra as suas políticas de
privatização da riqueza brasileira a favor do domínio de classe da plutocracia
neoliberal. Como você recebeu as notícias sobre esses últimos acontecimentos?
J.M. Bom, como nós antecipávamos na primeira parte
desta entrevista, toda a mascarada carnavalesca (o impedimento ou o impeachment de Dilma), tramada por essa gang (quadrilha) de políticos corruptos e
usurpadores do PMDB (Michel Temer, Eduardo Cunha,
Renan Calheiros, o ex-presidente José Sarney, etc.), do PSDB (Aécio Neves, José
Serra, Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, etc.),
tramada pelos empresários da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo), pela mídia corporativa (Rede Globo de Televisão da família de Roberto
Marinho, pela imprensa de direita do Brasil, as revistas Veja e Isto
é, os jornais a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo,
etc.), e pela máfia jurídica, foi, (dentro da história da luta de classes entre
o capital e o trabalho), uma farsa para justificar e legitimar o golpe de
Estado no Brasil. Toda essa encenação teatral não passou de um ritual;
não passou de uma "missa fúnebre" para enterrar a
"democracia" brasileira (iniciada através do pedido de
“impeachment” da presidente que foi acatado pelo corrupto presidente da Câmara,
Eduardo Cunha) pois ela já tinha sido assassinada pela decisão dessa gang de usurpadores de afastar
ilegalmente a presidente Dilma Rousseff do exercício de suas funções
constitucionais.
C.B. Você se refere aos políticos do
PMDB e do PSDB como líderes do golpe de estado e sabemos que, atualmente, o
senhor José Serra do PSDB está no cargo de primeiro ministro do governo
golpista. Também sabemos que, como atual primeiro ministro, foi acusado de
tentar subornar alguns membros do Mercosul para se posicionarem contra o
governo do presidente Maduro da Venezuela...
J.M. Muitos brasileiros sabem que tanto José Serra como
Fernando Henrique Cardoso (líderes do PSDB), ou como Michel Temer e Eduardo
Cunha (líderes do PMDB) são quatro dos políticos mais corruptos dos que
nasceram no Brasil. Uma prova do que acabo de dizer apareceu recentemente no
noticiário brasileiro quando Marcelo Odebrecht denunciou que Michel Temer e
José Serra receberam milhões de reais da Norberto Odebrecht, a corporação
multinacional, propriedade de sua família. As noticias revelam que José
Serra (ministro do governo golpista de Michel Temer, aliado e cúmplice do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) recebeu, via caixa 2, o equivalente a
R$ 23 milhões de reais (1) e que o próprio Michel Temer também recebeu a
bagatela de R$ 10 milhões da Norbert Odebrecht (2)
Mas apesar da denúncia, a denominada
“justiça brasileira”, não tomou cartas no assunto: Temer, continua no cargo
(usurpado) de Presidente do Brasil e José Serra foi colocado no cargo de
primeiro ministro. Eles viajaram, com toda a impunidade, sem nenhum
impedimento, à China para participar da reunião dos países do grupo F-20 como
mandatários do nosso país.
Outro exemplo de corrupção do PSDB que
está registrado na minha memória, faz 20 anos, está relacionado à submissão do
governo de Fernando Henrique Cardoso e José Serra ao “Consenso de Washington”;
tambem está relacionado à submissão do Brasil às diretrizes da política
neoliberal de privatização desenhada pelos EUA para o nosso país. A submissão
desses políticos do PSDB ao Consenso de Washington só pôde ser implementada
através de uma incrível política antipatriota de entreguismo (do patrimônio
nacional/estatal), de corrupção e suborno, que foi finalmente denunciada,
muitos anos depois, por dois importantes livros, A Privataria Tucana, do
premiado jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Júnior (3) e O Príncipe
da Moeda, do professor, escritor e crítico brasileiro Felisberto
Vasconcellos, livros que tem desmascarado o governo antipatriota e
antidemocrático de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB (4).
C.B. Falando um pouco mais sobre as
recentes manifestações de protesto realizadas nas cidades do Brasil
(principalmente nas avenidas de São Paulo e do Rio de Janeiro) contra o golpe
de estado, os manifestantes tem se expressado claramente gritando uma consigna
que parece ser uma repulsa definitiva ao golpe de estado: “Fora Temer”.
Gostaria de saber a sua opinião, e quais são os matizes que podemos encontrar
por detrás dessa consigna: “Fora Temer”?
J.M. As fortes manifestações e consignas contra Michel
Temer (sobretudo a consigna “FORA TEMER”), começaram a se expandir e
generalizar desde que ele apareceu na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos
no Brasil. A vaia e o protesto geral contra o Temer foi tão notável e crescente
que ele se acovardou e, amedrontado, já não compareceu à cerimonia de
encerramento dos jogos Olímpicos. Não tenho dúvida que a consigna “Fora Temer”
é muito importante porque revela o descontento e a repulsa da população
brasileira (não somente dentro das cidades do país, mas também no exterior)
contra Temer. No último dia 7 de Setembro, por exemplo, quando Michel Temer
apareceu em público para celebrar o Dia da Independência do Brasil,
recebeu o repúdio da vaia massiva da população brasileira (5).
Agora devo informar que, desde meu ponto
de vista, a consigna “FORA TEMER” é uma espécie de guarda-chuva abstrato. Eu
acredito que debaixo deste guarda-chuva, se encontram diferentes posições e
matizes ideológicos. Por exemplo, sei de brasileiros que não querem o golpista
Temer como presidente do Brasil porque desejam a volta de Dilma como
presidente. Sei de outros brasileiros que não querem o golpista Temer como
presidente mas tampouco querem a volta de Dilma Rousseff; esses brasileiros
querem a realização de novas eleições para o país. Outros brasileiros querem
simples e sinceramente que o PT volte ao poder, com Lula, com Dilma, ou mesmo
sem ela.
Também, sei de brasileiros da classe
média, membros ou eleitores do PSDB que gritam “Fora Temer” porque querem
colocar no seu lugar um representante do PSDB que seja mais ilustrado que Temer
e que represente um retorno mais radical do Brasil às antigas privatizações
dentro das diretrizes do Consenso de Washington via o Fundo Monetário
Internacional (FMI); um retorno as mesmas diretrizes e estratégias que já foram
implementadas pelo PSDB durante o governo entreguista do Fernando Henrique
Cardoso. Um retorno que seria excelente para o grupo minoritário mais rico do
país, mas que seria mais uma desgraça para o povo trabalhador da nação
brasileira.
Li uma recente entrevista do Prof.
Boaventura de Sousa Santos, “Serra é o homem dos EUA no governo” advertindo
para essa provável futura realidade brasileira: o retorno do PSDB seria um
retrocesso e uma desgraça ainda maior não somente para a nossa frágil
democracia, mas também para o Mercosul, para os BRICS e para toda forma de
emancipação sócioeconômica e cultural dos trabalhadores brasileiros que tem
lutado para a realização do projeto de uma América Latina unida, soberana,
autônoma e independente dos governos dos EUA (6). Nessa perspectiva, o governo
Michel Temer, sem credibilidade e sem legitimidade poderia ser o “novo boi de
piranha” para por fim “a operação Lava-Jato” e para justificar “o golpe” do
PSDB dentro do golpe de estado encabeçado por Temer. Já o advogado-geral da
União, Fábio Medina Osório, demitido recentemente pelo próprio Michel Temer
resolveu quebrar o protocolo e abriu o bico para a revista Veja,
denunciando que o governo golpista o demitiu porque quer abafar a operação
Lava-Jato (7).
C.B. “Boi de piranha”? O que significa
esta expressão?
J.M. No Brasil, a expressão “boi de piranha” tem uma
utilização descritiva e uma metafórica. Quando os donos de um rebanho de bois e
vacas querem cruzar um trecho do rio São Francisco infestado das temíveis
piranhas, eles costumam sacrificar uma ou duas cabeças de gado, para atravessar
o rio com segurança. Para atrair as piranhas, eles fazem cortes em varias
partes do corpo dos animais sacrificados, deixando-os banhados em sangue, na
parte mais rasa do rio. Enquanto as piranhas devoram os animais ensanguentados,
os demais animais do rebanho atravessarão o rio sem perigo. No caso do golpe de
estado parlamentar do PMDB/PSDB no Brasil, a expressão “boi de piranha” é uma
metáfora para indicar que a cassação do corrupto ex-presidente da câmara do
PMDB, Eduardo Cunha, não passou de um expediente ritual para dar aparência de
que a justiça política brasileira está funcionando contra a corrupção, mas o
objetivo crucial é, por um lado cancelar a operação Lava-Jato e excluir o grupo
da liderança do governo neoliberal.
C.B. Para trazer uma outra dimensão a
nossa entrevista, (e considerando a atual conjuntura histórica no Brasil)
qual tem sido a função social e simbólica da produção cultural e estética
dos artistas e dos intelectuais brasileiros nesse processo político que
resultou no golpe de Estado?
J.M. A sua pergunta sobre as relações entre estética,
cultura, ideologia e política no Brasil é muito ampla e complexa e não terei
espaço nem tempo para respondê-la com a
amplitude e complexidade que ela merece; tão pouco estou capacitado e
atualizado para opinar sobre a recente produção cultural simbólica brasileira
dos últimos anos. No entanto, acredito que posso tratar de respondê-la de uma
forma algo limitada e abreviada, isto é, através da perspectiva da minha
memória pessoal e de uma retrospectiva histórica que tome o atual golpe de
estado do PMDB e do PSDB como resultado do processo de luta política e cultural
que vem se desenvolvendo no Brasil pós ditadura militar de 1964 até os nossos
dias.
O filme Terra em Transe, de 1967,
é uma das obras primas do cineasta Glauber Rocha (e na minha opinião ao lado
dos filmes de Sergei Eisenstein, um dos melhores filmes políticos de todos os
tempos), pode ser descrito como a mais poderosa alegoria da historia dos golpes
de estado e do populismo no Brasil e na América Latina (8); golpes de estado
que são instrumentos da direita nacional e internacional para defender os
interesses do capital financeiro e das corporações multinacionais.
Assim, o filme Terra em Transe
trata de representar, numa forma explosiva e indignada, o teatro político (a
mascarada carnavalesca) que resultou na tragédia do golpe militar de 1964 numa
nação/país alegórico “Eldorado”: Brasil/América Latina.
A explicação ou racionalidade histórica
do filme Terra em Transe se origina na lógica da economia política
marxista da luta de classes, do colonialismo, do imperialismo e da traição da
burguesia nacional e do populismo ao povo brasileiro. Esta é a mesma lógica
que, em minha opinião, explica a realização do recente golpe de estado contra o
governo democraticamente eleito de Dilma Rousseff.
Mas, apesar da extraordinária síntese
cognitiva da visão cinematográfica desse transe da sociedade brasileira,
durante e depois do golpe militar, o filme foi pouco compreendido pelo reduzido
número de espectadores que tiveram acesso ao filme que, por sinal, esteve
censurado e perseguido pela ditadura militar brasileira por muito tempo. Apesar
do seu conteúdo político (e da sua forma artística inspirada no teatro
politicamente revolucionário de Bertolt Brecht), o filme foi lido de um modo
inadequado. Em minha opinião, o filme foi lido na época de forma superficial e
um tanto quanto despolitizada pelos novos movimentos artísticos e musicais que
lhe sucederam (como o movimento tropicalista, por exemplo). Ao tratar de
interpretar a alegoria de Terra em Transe, estes movimentos enfatizaram
mais o lado fragmentário (que problematiza o sentido) do filme do que o seu
lado totalizador (que afirma o sentido). Por isso, o lado totalizador do filme
ficou em segundo plano; e, para mim, é o lado totalizador do filme que revela o
sentido e a lógica da dominação e exploração do capitalismo imperialista que
foi o fator determinante do golpe militar de 1964 e da história do nosso país
até hoje.
Por esta via, os representantes mais
destacados do movimento tropicalista (como os notáveis compositores Caetano
Veloso e Gilberto Gil) por exemplo, se distanciaram da visão dialética,
politicamente marxista do filme Terra em Transe e se
dedicaram a celebrar as oposições culturais antagônicas mais a tono com o
movimento modernista de 1922.
Assim, o filme Terra em Transe, que
enfatizava a lógica da luta de classes e do imperialismo no Brasil, foi
transformada, na produção tropicalista da época, numa visão liberal para
celebrar oposições culturais entre o lado arcaico e o lado moderno do país;
para celebrar oposições “chocantes/aberrantes/cafonas” e “absurdas” da relação
entre modernidade/tradição na nação brasileira, como podemos observar nas
letras da música “Tropicália” gravada pelo Caetano Veloso: “Viva a bossa,
viva a palhoça”, “viva Iracema, viva Ipanema”. A música “Tropicália”,
composta e cantada por Caetano Veloso (9), se transformou no nome do disco/álbum
coletivo do fundador do movimento
tropicalista (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Rogerio Duprat, Tom
Zé, etc.) e foi emblemática daquele período de despolitização social e econômica:
o disco coletivo (10) também funcionou ideologicamente como uma espécie de
manifesto do movimento tropicalista.
Embora o movimento tropicalista tenha
contribuído artisticamente para ampliar a discussão cultural brasileira,
promovendo o retorno do modernismo de Osvaldo de Andrade, questionando a
mística das raízes nacionais, e misturando linguagens, textos e tradições, o
movimento não se destacou por denunciar o lado da dominação e exploração
burguesa da classe trabalhadora que, por seu lado, já havia sido exposta pelo
modernismo da escritora Patrícia Rehder Galvão (conhecida pelo pseudônimo de
Pagu) no romance O Parque Industrial (11).
Uma das críticas culturais mais
relevantes ao movimento tropicalista daqueles anos pode ser encontrada no
original ensaio "Notas sobre a cultura e a política, 1964-1969", do
professor e crítico cultural, Roberto Schwarz, que viu no tropicalismo uma
rendição inconsequente ao mercado capitalista e uma adesão ao projeto de
modernização conservadora proposto pela ditadura militar (12).
Com a vitória e imposição da ditadura, a
mídia corporativa, liderada pelo sistema Globo de Televisão e associadas (a
ditadura vídeo-financeira da burguesia nacional/internacional) utilizavam tanto
a telenovela, como a Música Popular Brasileira, a MPB, (incluindo programas com
apresentações e composições tanto de Roberto Carlos como de Caetano Veloso e os
tropicalistas) para legitimar e assegurar as relações entre a estética e a
política que eram inócuas ao modelo político autoritário-fascista de dominação
da ditadura.
Assim, a telenovela, a MPB tropicalista
e pós-tropicalista, funcionavam, direta ou indiretamente, como instrumentos de
propagação da ideologia liberal capitalista combinada com os valores da
modernização conservadora implantada pela ditadura brasileira e pela ditaduras
latino-americanas (Chile, Argentina, Uruguai). Muitos, hoje sabemos, que o
colaboracionismo da mídia corporativa capitalista servia para esconder os
crimes da “Operação Condor” e os dados devastadores da expansão do neoliberalismo
(do Milton Friedman e dos Chicago Boys) na América Latina.
Neste processo, a mentalidade da opinião
pública da classe média brasileira e do público em geral foi despolitizada e
alienada pelas telenovelas (os melodramas) da TV Globo (que eram as líderes de
teleaudiência nacional), pela cooptação de inúmeros artistas (músicos,
pintores, desenhistas) e pelos intelectuais da esquerda brasileira que
trabalhavam para a TV Globo de Roberto Marinho.
Em outras palavras, uma parte
significativa da intelectualidade, dos artistas brasileiros foram cooptados
pelo deslumbrante encanto televisivo e financeiro da TV Globo e da mídia
corporativa brasileira. É através desse processo sócioeconómico-político-cultural
dessa nova conjuntura criada pela indústria cultural de caráter imperialista,
que podemos entender grande parte da trajetória despolitizada do tropicalismo
de Caetano Veloso, de Gilberto Gil, na sociedade brasileira.
Atualmente, esse processo de
despolitização da sociedade brasileira através dos representantes do movimento
tropicalista pode ser observado nas variações da ideologia e atitudes de
Caetano Veloso e Gilberto Gil. Por exemplo, em 1983, o jornalista Paulo Francis
denunciou num artigo jornalístico, a subordinação acrítica do Caetano Veloso diante
do “charme” e “encanto” do artista Mick Jagger (o superstar dos “Rolling
Stones” endeusado pela mídia internacional). No artigo, Paulo Francis descrevia
a forma com que Caetano Veloso foi humilhado e zombado por Mick Jagger e ficou,
como bobo, sem se dar conta da humilhação que o líder dos Stones lhe fazia na
entrevista que o compositor realizou ao Jagger (13). Transtornado pela crítica
reveladora de Paulo Francis, Caetano, em vez de defender-se com argumentos
plausíveis, apelou para o verbo e histericamente atacou pessoal e moralmente ao
Paulo Francis, chamando-o de “bicha” (homossexual). O mais irônico, paradoxal
da atitude do compositor baiano foi que além de não poder justificar os
adjetivos usado contra Francis, Caetano esqueceu de lembrar que membros
(irmão/irmã) da sua própria família imediata se enquadravam na categoria com
que ele tratava de denegrir o Paulo Francis, contradizendo seu papel de figura
liberal antiestablishment em prol da
liberdade individual (14)
O leitor poderá observar outras poderosas
críticas à problemática evolução política, ideológica e artística do Caetano
Veloso em dois textos relacionados ao livro Verdade Tropical do
compositor baiano: a) no lúcido e ácido artigo “Sem mentira não se vive”, do
sociólogo Gilberto Felisberto Vasconcellos (15); e b) no artigo “Verdade
tropical: um percurso de nosso tempo”, do professor e crítico literário
Roberto Schwarz (16).
Por aquela época Caetano Veloso, já
bastante fragmentado e alienado do nacional e do popular brasileiro, começou a
defender e a celebrar o governo “Consenso de Washington” (Washington Consensus)
do PSDB; defender o governo do presidente neoliberal e corrupto Fernando
Henrique Cardoso (FHC) e seu amigo e colaborador José Serra (atualmente o
ministro das relações exteriores do governo golpista de Michael Temer). Como
sabemos, Fernando H. Cardoso e José Serra (depois da sua submissão
socioeconômico e política ao Consenso de Washington e sua aliança com o PFL do
ex-governador Antônio Carlos Magalhães, “o Toninho malvadeza”) tem sido
considerados como dois dos maiores traidores do pensamento da esquerda latinoameriana
sendo considerados como alienadores (“vende-pátrias”) da riqueza nacional ao
capital das corporações multinacionais. Deste modo, a intervenção ideológica e
política de Caetano Veloso como artista nacional internacional globalizado está
bem próxima da posição ideológica entreguista do PSDB. No seu caminhar
para posições ideológicas de direita, Caetano chegou ao ponto de se transformar
(junto aos agentes da CIA) num destacado detrator da heroica figura de
Che Guevara e da revolução cubana dentro da história latino-americana.
Gilberto Gil, por seu lado, também foi
se fragmentando, se alienando artisticamente, e foi se convertendo à ideologia
neoliberal dominante chegando ao ponto de se transformar num artista
internacional globalizado que fez o jogo de Kofi Annan e da ONU durante a
guerra contra o Iraque: como sabemos, a questionada Organização das Nações
Unidas participou da farsa e das mentiras de George W. Bush, inventadas para
invadir e deflagrar a guerra contra o povo do Iraque. Como neoliberal de estilo
populista esquerdista Gilberto Gil ainda participou como ministro da cultura do
governo neoliberal e corrupto do presidente Luiz Inácio da Silva, conhecido
popularmente como Lula.
Para resumir, é necessário dizer que a
trajetória neoliberal, politicamente conservadora de Caetano Veloso e de Gilberto
Gil, culminou (na sua mudança ideológica para a direita), na viagem que ambos
fizeram para realizar shows musicais no
Estado sionista e fascista de Israel, um dos países que mais tem se destacado
na implementação da sua abominável política de invasão, de colonização, de
guerra, de ocupação e apartheid nos
territórios da população palestina (17).
C.B. Voltando ao tema do golpe de estado
e à relação entre corrupção e política, qual a sua opinião das notícias sobre a
corrupção na campanha democrata de Hillary Clinton, a candidata a
presidente dos Estados Unidos da América?
J.M. Para começar, podemos afirmar que existe uma
corrupção generalizada do processo eleitoral nos EUA; que não existe controle
sobre a capacidade dos ricos para comprar as eleições no país. Em consequência,
a palavra “democracia” é sinônimo de farsa e de piada de mal gosto, aqui e no
exterior.
A candidata Hillary Clinton, por
exemplo, através da Fundação Clinton, administrada por ela e pelo marido (o
ex-presidente dos EUA) Bill Clinton, têm recebido “doações” dos estados
terroristas da Arábia Saudita, de Kuait, do Qatar, do Omã, da Argélia,
Austrália e outras. Tem recebido dinheiro de corporações multinacionais como a
ExxonMobil, a General Electric, a Coca-Cola, a Microsoft de Bill Gates, e até,
no passado, de Donald Trump. E como estava previsto, tem recebido dólares dos
maiores bancos de Wall Street tais como Goldman Sachs, J.P. Morgan e outros. Do
Brasil, Hillary Clinton tem recebido dinheiro de grandes bancos, corporações e
empreiteiras brasileiras tais como o Itaú Unibanco, o Banco Santander Brasil,
Andrade Gutierrez etc. (18)
Ainda em relação a Hillary Clinton, a
candidata do partido democrata, já muitos estadunidenses estão informados das
esperpênticas características da senhora Clinton em suas atitudes, políticas,
declarações, especialmente durante o período em que foi Senadora e logo,
Secretária de Estado: Hoje a esquerda estadunidense e internacional está
informada que a candidata Hillary, sendo discípula do ex-secretário de guerra
Henry Kissinger, apresenta muitas das mesmas características e atitudes do seu
orientador tais como as mentiras sistemáticas, a demagogia, os crimes de
guerra, o terrorismo de estado e atuação militarista que beira ao
genocídio (19).
C.B. Você gostaria de ser mais
especifico neste ponto?
J.M. Por que não? O que Hillary realizou como
Secretária do Departamento de Estado dos EUA, pode ser exposto em qualquer
museu da história universal da infâmia como um desempenho monstruoso: ela é a
responsável pela implantação do golpe de estado e pela ditadura em Honduras,
ela é a responsável pelo hediondo assassinato do chefe de estado líbio, o líder
Muammar al-Gaddafi, assim como pela destruição de uma das sociedades
economicamente mais prósperas da África: a Líbia. Hillary Clinton também é
responsável pelo golpe de estado na Ucrânia e pelo constante apoio à expansão
da OTAN na Europa e pela sistemática provocação belicista contra a Rússia e a
China, além de trabalhar incessantemente a favor dos interesses do estado
colonialista de Israel contra a população da Palestina. É uma das mais
dedicadas lobistas do Complexo Industrial Militar, dos bancos de Wall Street e
do governo subimperialista e do apartheid do estado de Israel. Hillary Clinton
é, como os políticos Barack Obama e George W. Bush antes dela, uma das modernas
desgraças políticas dos EUA. Todos eles são indivíduos da mesma estirpe de
políticos: aqueles que tem promovido a sistemática desgraça no planeta Terra
para favorecer o domínio imperial dos EUA, para defender o poder
econômico-finaciero de uma elite de menos de 1%.
C.B. Qual é a função antidemocrática do
partido democrata de Hillary e do republicano de Donald Trump na corrida
eleitoral para o ano de 2016?
J.M. Como já analisei em escritos anteriores sobre a
luta de classes nos EUA, Hillary Clinton, Bill Clinton, Barack Obama, os dois
George Bush (pai e filho), o Ronald Reagan, o candidato Donald Trump, todos
eles são produtos políticos da ditadura governamental estabelecida por dois
partidos políticos que são extremamente antidemocráticos e corruptos pois estão
a serviço do sistema plutocrático da minoria multibilionária, como já
mencionei, de menos de 1% dos estadunidenses. Os dois partidos, cada um
por seu lado, se complementam, pois na luta de classes, trabalham a favor desta
abominável oligarquia dos plutocratas estadunidenses.
C.B. Qual é na sua opinião o papel da
mídia corporativa no atual processo eleitoral dos EUA?
J.M. A candidata Clinton, com a ajuda e a cumplicidade
da mídia corporativa partidária do Partido Democrata Nacional (cadeias de TV
como MSNBC, revistas e jornais como Wall Street Journal, The New York
Times, Washington Post e outros), empregaram várias técnicas para
fabricar consenso (“manufacturing consent” como denomina Noam Chomsky) para
beneficiar Clinton e marginalizar a Bernie Sanders nas eleições primárias.
Com a ajuda da mídia corporativa, com
cumplicidade dos líderes democratas, como Barack Obama, Bill Clinton, Leon
Paneta (ex-chefe da CIA), com a ajuda e o apoio do lobby Israel-EUA (AIPAC)
e com o apoio do dinheiro dos bancos de Wall Street, das corporações
multinacionais, do complexo industrial militar, das petroleiras, não se
diferencia em nada dos políticos corruptos do partido republicano. E usaram
todo este poder antidemocrático para enganar a Bernie Sanders e aos eleitores
estadunidenses.
É bom repetir ao público leitor que a
mídia corporativa, controlada por democratas, pelo dinheiro de Wall Street,
pelo Complexo Industrial Militar e pelas companhias petroleiras não se
diferenciam substancialmente em nada da mídia corporativa (a Fox News, por
exemplo) controlada pelo partido republicano.
C.B. Como se manifesta a cumplicidade e
a corrupção dentro da mídia corporativa dos EUA na reprodução do sistema
político capitalista estadunidense?
J.M. A mídia corporativa (republicana ou democrata) é a
mesma mídia que ajudou a administração George W. Bush/Dick Cheney a promover o
terrorismo de estado dos EUA para invadir e assassinar o povo do Iraque,
fundamentado nas mentiras da própria administração Bush: na mentira de que o
governo do Iraque tinha bombas atômicas (“Weapon of Mass Destruction”) para
utilizar contra os EUA.
Hoje, essa mídia corporativa continua
manipulando para manufaturar o consenso para apoiar, como já mencionei, a nova
guerra imperial: a guerra hibrida dos EUA (do governo Barack Obama/Hillary
Clinton) e da OTAN contra o povo russo e do povo chinês. A imprensa corporativa
dos EUA (seja controlada pelos democratas ou pelos republicanos) se converteu
em um dos mais poderosos instrumentos do país para ajudar a deflagrar
(voluntaria ou involuntariamente) a terceira e última guerra mundial
(20).
C.B. Qual o seu comentário sobre o
ultimo escândalo de corrupção dentro do partido democrata gerado pelas
revelações de Wikileaks, ou seja que o partido democrata prejudicou consciente
e voluntariamente o candidato Bernie Sanders para o beneficio de Hillary
Clinton?
J.M. A corrupção dos líderes do partido democrata
chegou a tal ponto que milhares de membros eleitores do partido o estão
abandonando; eles estão saindo do partido para, por um lado, apoiar a candidata
do Partido Verde, Jill Stein, enquanto outros membros do partido democrata, por
outro lado, estão tão indignados e frustrados com a Hillary Clinton que
chegaram ao ponto de apoiar o candidato republicano Donald Trump. Porque?
Porque, segundo informações, atualmente Donald Trump incorporou umas quantas
demandas socioeconômicas reveladas por Bernie Sanders quando concorria a
nominação democrata como, por exemplo, ser contra os acordos antidemocrático da
Parceria Transpacífico (The Trans-Pacific Partnership, TPP), e da Parceria
Trans-Atlântica para Comércio e Investimento (Transatlantic Trade and
Investment Partnership, TTIP) que os EUA estão impondo, por um lado, aos países
banhado pelo oceano Pacifico e por outro lado, à União Europeia. Outros
eleitores, completamente desiludidos, se retiraram dessas eleições. Não vão
votar.
C.B. Que papel tem jogado as informações
reveladas por Wikileaks sobre a corrupção do processo eleitoral para a
presidência dentro dos EUA?
J.M. Não tenho dúvidas que as informações de Wikileaks,
forçaram a ex-presidente do Partido Nacional Democrata, Debbie Wasserman
Schultz, a renunciar a seu cargo de presidente, porque foi revelada como
responsável de ter estado manipulando as informações sobre a candidatura de
Bernie Sanders para beneficiar a Hillary Clinton. Debbie Wasserman Schultz, foi
acusada de ser falsificadora de dados e de gerar situações muito negativas
sobre a capacidade de Bernie Sanders para ganhar as eleições estadunidenses.
Atualmente existe uma forte onda de
protestos da juventude americana porque embora Debbie Wasserman Schultz tenha
anunciado a sua renúncia por ser uma política corrupta e corruptora, ela
continuou sendo apoiada, vergonhosamente, por Hillary Clinton e por Barack
Obama. E Wasserman Schultz acaba de ganhar sua primaria senatorial na Flórida.
O mais ridículo e irresponsável da
candidata Hillary Clinton é tratar de distrair e enganar o publico americano
sobre o ato de corrupção da sua colaboradora, culpando (com a ajuda da média
corporativa) a Rússia pelo vazamento das informações (sobre a corrupção
praticada por Debbie Wasserman Schultz no partido democrata para lhe beneficiar
em detrimento de Bernie Sanders) para Wikileaks.
A proposito da atual corrupção e das
características antidemocráticas do Partido Democrata, o senador Bernie Sanders,
foi o único político estadunidense de importancia que denunciou o silêncio que
os políticos democratas, Barack Obama e Hillary Clinton, tem mantido em relação
ao inconstitucional processo de impeachment
e ao golpe de estado contra Dilma Rousseff no Brasil. (22)
C.B. A revolta e os protestos da
juventude americana se estendeu contra o próprio ex-candidato Bernie Sanders
quando ele aceitou ser derrotado pela corrupção do partido democrata e
finalmente apoiou a candidatura de Hillary Clinton...
J.M. Sem dúvida, o que mais indignou a juventude é que
o candidato Sanders perdeu a oportunidade de denunciar a corrupção de
Wasserman/Clinton (junto à traição do partido democrata) para romper com todos
eles e se postular como candidato independente, ou, como o candidato do Partido
Verde tendo Jill Stein como vice-presidente.
Em outras palavras, a capitulação, ou a cooptação de Bernie Sanders, sua
fidelidade a Hillary Clinton e ao partido democrata, revelou-se para a
juventude como uma enorme manipulação e uma profunda traição aos interesses dos
seus jovens defensores.
C.B. A palavra “traição” é uma termo
popular muito usado tanto na literatura (penso em Julius Cesar de
Shakespeare) como na vida cotidiana e amorosa para traduzir a sedução e o
engano numa relação entre indivíduos e coletividades. No âmbito político e
econômico também tem sido usado para definir a sedução e o engano que poderosos
líderes políticos utilizam para conseguir o voto dos eleitores. O que você
pensa do termo “traição” para qualificar negativamente o comportamento dos
líderes republicanos ou democratas em relação aos trabalhadores americanos que
lhes tem votado.
J.M. A palavra e o ato de traição tem sido constantes
na guerra entre classes sociais nos EUA e no exterior. Para ficar nos exemplos
recentes, vejamos a sistemática traição dos ex-presidentes Bill Clinton
(democrata) de George W. Bush (republicano) e do atual presidente Barak Obama
(democrata) aos trabalhadores estadunidenses para beneficiar a ditadura da plutocracia
estadunidense.
A ditadura da política econômica da
plutocracia estadunidense na sociedade americana está fundamentada, como já
mencionei, politicamente na ditadura dos dois partidos políticos corruptos: o
partido democrata e o partido republicano. Assim, podemos observar que os
secretários do Tesouro dos EUA (os Ministros da Fazenda), “selecionados” por
democratas ou por republicanos, são todos eles provenientes da elite financeira
dos bancos de Wall Street, sobretudo do Banco Goldman Sachs. Basta mencionar os
nomes dos últimos secretários do Tesouro estadunidense para fazer uma ideia
clara do poder ditatorial desta oligarquia financeira: Robert Rubin (governo de
Bill Clinton), Larry Summers (governo Bill Clinton) Henry Paulson (governo
George W. Bush), Timothy Geithner (governo Barack Obama), todos eles são
provenientes do capital financeiro conectado aos bancos de Wall Street.
Para os leitores não familiarizados com
este tipo de hierarquia ditatorial, informamos que o Secretário do Tesouro dos
Estados Unidos é o titular que chefia o Departamento do Tesouro dos EUA. Ele é
não somente a autoridade governamental responsável pelos assuntos financeiros e
monetários do país (sendo semelhante ao Ministro de Fazenda de outros
países) mas também forma parte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
Também podemos observar que sucede a
mesma coisa no “processo de seleção” dos presidentes (chairman) do Federal
Reserve, FED (o Banco Central dos EUA): os últimos presidentes do FED, Alan
Greenspan e Ben Bernanke, são provenientes da mesma elite financeira dos bancos
de Wall Street.
Assim, não importa quem seja o
presidente dos EUA (democrata ou republicano), pois irá defender os
interesses de classe da plutocracia e irá nomear como Secretário do Tesouro
[e/ou presidente da Reserva Federal (FED)], nomes provenientes da
elite de Wall Street. Wall Street tem tido o poder de veto sobre todas as
principais posições do gabinete presidencial, e assim, em essência, a economia
está sendo liderada pelo setor financeiro para o setor financeiro.
C.M. O que você pensa sobre a entrevista
de Julian Assange sobre os dois candidatos presidenciais ao governo dos EUA?
J.M. Na minha opinião, Julian Assange tem toda razão
quando afirma que “escolher entre Donald Trump ou Hillary Clinton é como
escolher entre a cólera e a gonorreia" [“Choosing Between
Trump or Clinton is Like Picking Between Cholera or Gonorrhea”(23)]. No Brasil,
temos um dito para ilustrar ou metaforizar a situação: “se ficar o bicho pega,
se correr o bicho come”. Não existe mal menor entre os dois candidatos. E a
julgar pelo que sabemos da história política de Hillary Clinton ela não é o mal
menor, ela é o mal maior não somente para o Brasil como para todo o mundo.
C.B. Na sua opinião, existe atualmente
algum grande país que tenha combatido com êxito a corrupção governamental
evitando a entrega da riqueza nacional (social e coletiva) ao imperialismo ocidental?
J.M. Até onde podemos evitar ser contaminados e
enganados pelas noticias da mídia corporativa capitalista ocidental (e dos EUA)
contra o presidente Wladimir Putin; até onde podemos conseguir
informações fidedignas (através de meios de informação alternativos) sobre o
governo do presidente Putin, a minha opinião é a seguinte: Wladimir Putin, é um
dos grandes heróis do povo russo, de acordo com o altíssimo índice de
aprovação do seu governo no país.
O que salta a vista na atuação do
presidente Putin na história social recente é o seu poderoso papel na defesa e
na recuperação do bem estar social do povo russo, depois da traição dos
governos anteriores: do cândido ex-presidente Mikhail Gorbachev (que ficou
deslumbrado com o consumismo ocidental); do embriagado e prostituído governo do
ex-presidente Boris Yeltsin. Acredito que o excepcional na presidência de Putin
é: depois que Gorbachev e Yeltsin abriram a riqueza da nação para os grandes
oligarcas (Mikhail Khodorkovsky e Boris Berezovsky), para as máfias organizadas
pelos oligarcas (24); depois que os oligarcas e suas máfias quase
destruíram a riqueza da nação russa (através da associação e submissão aos
interesses do imperialismo dos EUA e Europa), foram os dois governos de
Wladimir Putin que devolveram a integridade e o respeito nacional ao povo russo
que tinha ficado empobrecido, fragmentado e dizimado pelas administrações
anteriores, como explicarei adiante.
Como podemos observar pelos dados
recentes, 4,5 milhões de russos morreram no início dos anos 90, por fome, por
desemprego e por doença (25). Antes dos governos de Gorbachev e de Yeltsin, o
povo russo viveu uma época de bem-estar social. E não podemos tão pouco
esquecer que a Rússia era um dos modelos de socialismo (que ainda não sendo o
que desejávamos), abria a possibilidade de que as nações do “Terceiro Mundo”, colonizadas ou imperializadas pelas potencias
ocidentais, pudessem se converter em países onde predominaria a justiça e o bem
estar social para toda a população (através das mudanças estruturais realizadas
na economia e na sociedade). Antes do governo de Gorbachev e de Yeltsin, a
Rússia também funcionava como uma grande força defensora dos países
progressistas, tais como Cuba, Vietnã e demais países atacados pelo
imperialismo dos EUA e Europa Ocidental.
Depois da traição dos governos de
Gorbachev e Yeltsin (deles entregarem a propriedade estatal e coletiva russa
aos oligarcas russos, deles passarem o poder e a soberania política às máfias
dos oligarcas russos), o presidente Wladimir Putin teve que lutar contra os
inimigos, internos e externos, para defender os interesses soberanos da Rússia
contra os interesses da máfia oligárquica russa associada ao imperialismo
internacional.
Foi assim que, entre 2000 e 2004, Putin
conseguiu vencer as grandes disputas de poder entre os oligarcas russos. Esta
vitória está representada, por exemplo pelo controle e estatização da
petroleira YUKOS, uma empresa privada cujo dono era o chefe mafioso Mikhail
Khodorkovsky, que foi julgado e condenado na Rússia a nove anos de prisão por
sete crimes, incluindo roubo, fraude e sonegação fiscal.
Outros dos denominados sete oligarcas
russos fugiram do país como, por exemplo, Boris Berezovsky que escapou para
Israel (pois era cidadão israelense e não russo) para não ser condenado pelo
governo de Putin. Sabemos atualmente que os oligarcas russos eram indivíduos
extremamente ricos e poderosos que, por meio da violência, do roubo e da
corrupção ficaram com um percentual imenso (os informes falam de entre 70 e 80
por cento) dos recursos da Rússia, desde petróleo, à indústria do automóvel,
chegando aos meios de comunicação.
Como podemos comparar (guardando as
devidas diferenças e distancias) os indivíduos anti-nacionalistas russos
referidos são equivalentes aos golpistas e entreguistas brasileiros: Michel
Temer, Eduardo Cunha, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves
que estão buscando entregar o petróleo, o Pré-sal e as riquezas do Brasil aos
magnatas ocidentais da plutocracia imperialista. E essa é, sem dúvida nenhuma,
uma das razões fundamentais porque o presidente Wladimir Putin é tão odiado,
demonizado e execrado pelo governo estadunidense, por Hillary Clinton e pela
mídia corporativa associada que defende os interesses imperiais plutocráticos
dos EUA e Europa ocidental.
O mais absurdo é que a mídia corporativa
ocidental tem aumentado a sua capacidade manipuladora para provocar
e ajudar a fomentar a próxima guerra nuclear contra a Rússia e a China como
podemos observar através da sistemática campanha escandalosa fabricada pelos
meios de (des)informação ocidentais contra o governo de Wladimir Putin e contra
o governo da China (26).
Faz apenas uma semana, o jornalista e
cineasta inglês John Pilsen e o jornalista Manuel E. Yepe escreveram dois
excelentes artigos (27) a respeito da decisão final do "Tribunal Penal
Internacional" de inocentar o ex-presidente Slobodan Milosevich das
acusações realizadas pelas potências ocidentais contra ele. Assim, o
Tribunal Internacional para a Iugoslávia, em Haia, exonerou o falecido
presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, de toda a culpa por crimes de guerra
cometidos durante a guerra da Bósnia de 1992-1995 incluindo o massacre de
Srebrenica.
Só depois do "Tribunal Penal
Internacional" concluir que todas as provas contra Milosevich eram falsas
e repletas de absurdas mentiras, o ex-presidente Milosevich foi finalmente
(depois de morto) declarado inocente por aquele Tribunal. Desta forma, o
jornalista e cineasta britânico John Pilger nos mostra como o ex-presidente dos
EUA, Bill Clinton, o ex-primeiro ministro Tony Blair (vejam os resultados que o
recente Relatório Chilcot revela sobre a responsabilidade do ex-primeiro
ministro Tony Blair sobre os crimes de guerra contra a humanidade), e a
ex-secretária de estado, Madeleine Albright, foram ajudados pelos meios de
comunicação corporativos no sentido de justificar e legitimar o ataque sanguinário e ilegal da OTAN à Sérvia em
1999. John Pilger sentencia, “O ataque da OTAN foi uma fraude. E foi um crime
de guerra.”Mas os crimes da OTAN não foram investigados. John Pilger denuncia:
“Em 2008, Carla Del Ponte, promotora do Tribunal Penal Internacional para a
antiga Iugoslávia, revelou ter sido pressionada a não investigar os crimes da
OTAN” (28).
Através da leitura do artigo de John
Pilsen podemos constatar que é sempre a mesma História Universal da Infâmia;
uma história produzida narrativamente por EUA/Europa com a ajuda da sua
imprensa corporativa contra todos os governos ou seres humanos que discordem da
ditadura do imperialismo (da ditadura do Capital Financeiro Ocidental, Complexo
Industrial Militar/OTAN e as corporações multinacionais de petróleo). Os que
discordarem serão as próximas vítimas das guerras e sofrerão a desgraça causada
pela hegemónica narrativa oficial do imperialismo.
Os exemplos são incontestáveis: depois
da guerra e da barbárie contra o ex-presidente Slobodan Milosevich e o povo
sérvio, podemos testemunhar, a mesma guerra e a mesma barbárie contra o
governante Sadam Hussein (através da mentiras das “armas de destruição
massiva”) e o povo do Iraque; podemos testemunhar a mesma guerra e barbárie
contra o líder Khadafi e o povo líbio; a mesma guerra e barbárie contra o
governante e o povo da Síria, a mesma barbárie contra o ex-presidente de
Honduras, Manuel Zelaya, e o povo hondurenho. E assim, se seguirá ad
infinitum, se não formos capazes de parar a barbárie imperialista a caminho de
provocar uma terceira guerra mundial.
Neste momento, o governo de Barack Obama
e seus aliados europeus tratam, com a ajuda dos meios de comunicação
corporativos, de fazer a mesma coisa contra a Rússia e a China, mas como
sabemos estes dois países têm o que os outros não tinham: bombas atômicas e
nucleares para se defender da agressão do imperialismo ocidental.
C.B. Prof. Jorge, voltando às nossas
perguntas sobre a relação entre a destituição de Dilma Rousseff, o golpe de
estado consumado pelo vice presidente golpista Michel Temer e as fortes
manifestações de protesto contra a política de recortes salariais e de
privatização da riqueza brasileira, que perspectivas de lutas ainda são
possíveis no Brasil dentro desta pesada conjuntura?
J.M. O projeto neoliberal do governo Michel Temer/José
Serra (PMDB/PSDB) aliado ao imperialismo americano tem como objetivos
centrais: por um lado, reduzir o papel do Estado, reduzir os salários, cortar
os gastos dos programas sociais, privatizar as empresas estatais, especialmente
a Petrobrás e o Pré-Sal; por outra lado, seus objetivos são: desligar a
educação e a saúde das despesas obrigatórias do Estado, cancelar e/ou minimizar
tudo aquilo que tem a ver com o desenvolvimento da cultura, com os direitos
humanos das mulheres e das minorias éticas e culturais do Brasil.
Este projeto neoliberal do PMDB/PSDB aumentará a desigualdade e a injustiça
social entre os brasileiros, cancelando, simultaneamente, as poucas, mas
positivas conquistas socioeconômica dos governos Lula-Dilma. Em resumo, se
trata de um projeto que, devido a obsessão pela austeridade e pela concentração
da riqueza, irá aprofundar a crise económica, social e política e colocará o
Brasil e a América Latina no caminho do mesmo retrocesso político, económico,
social e cultural que tem vitimado a Grécia e os países mais débeis da
União Européia.
Para resistir ao projeto neoliberal do
governo PMDB/PSDB e avançar na direção de uma alternativa anti-capitalista,
anti-liberal, antiimperialista e popular é necessário e imprescindível que as
forças progressivas da esquerda brasileira (tais como o Movimento Sem Terra,
MST, os sindicatos e as organizações de trabalhadores urbanos e rurais, as
organizações políticas dos setores explorados e excluídos pelo capital, a
comunidade de estudantes, intelectuais e artistas revolucionários) sejamos
capazes de descartar definitivamente a ideologia e a pratica do populismo
político do Partido dos Trabalhadores; sejamos capazes de aprender com os
erros do governo do PT (as concessões estratégicas ao capital financeiro,
a alienação do PT no tocante a uma autêntica organização e participação
popular, reduzindo nossos trabalhadores à condição de base eleitoral impotente
e manipulável). Para lutar eficientemente contra a dominação e exploração do
capital necessitamos da ajuda da teoria revolucionaria marxista para evitar
cair, mais uma vez, no erro de
apostar todas as nossas cartas exclusivamente no “jogo democrático”, pois a
essa altura do campeonato, já deveríamos ter aprendido, com Marx, Lenin,
Gramsci e com as evidencias históricas, que as forças que tem destruído
sistematicamente a “democracia” em todo o mundo são as forças de direita
produzidas pelo grande capital e pelo imperialismo. No caso do Brasil, fica
mais uma vez demonstrado, que a direita neoliberal sempre vai se opor e destruirá (com todos os
instrumentos e armas que encontre a sua disposição como aconteceu com o golpe
de 1964) a qualquer projeto para criar uma sociedade fundada na justiça social
e na soberania popular, mesmo que, para alcançar os seus bárbaros objetivos,
tenha que destruir qualquer regime democrático nacional ou internacional.
NOTAS
1)A notícia da corrupção do Ministro
José Serra, via Norbert Odebrecht, pode ser localizada no link do jornal A
Folha de São Paulo:
2)A notícia da corrupção do Ministro
José Serra, via Norbert Odebrecht, pode ser vista no link do Jornal do
Brasil: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/08/07/odebrecht-relatara-pedido-de-temer-para-campanha-do-pmdb-diz-veja/
3) A privataria tucana, Amaury
Ribeiro Júnior. São Paulo: Geração Editorial, 2011. (Coleção história
agora ; v. 5).
4) O Príncipe da Moeda, Gilberto
Felisberto Vasconcellos. Rio de Janeiro: Editora Espaço e Tempo, 1997.
5) As ultimas noticias sobre as
manifestações brasileiras de repúdio e sob os gritos de “Fora Temer” podem ser
vistas e lidas no seguinte link: http://extra.globo.com/noticias/brasil/desfile-de-7-de-setembro-comeca-com-gritos-de-fora-temer-20066878.html
6) A entrevista do professor Boaventura
de Sousa Santos “Serra é o homem dos EUA no governo”, pode ser lida no
seguinte link http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/236127/%E2%80%9CSerra-%C3%A9-o-homem-dos-EUA-no-governo%E2%80%9D.htm
7) A noticia intitulada “Governo
quer abafar a Lava Jato, diz AGU demitido”pode ser encontrado no link da
Revista Veja: http://veja.abril.com.br/brasil/governo-quer-abafar-a-lava-jato-diz-agu-demitido/
8) Terra em Transe é um filme
brasileiro de 1967, roteirizado e dirigido por Glauber Rocha e contou com a
participação de notáveis atores brasileiros do período, tais como Jardel Filho,
Glauce Rocha, Paulo Autran, José Lewgoy, Paulo Gracindo e outros, recebendo,
durante a sua censurada exibições, vários prêmios em festivais de cinema,
nacionais e internacionais.
9) A música “Tropicália” se encontra na primeira
faixa do segundo álbum do compositor intitulado Caetano Veloso (1967)
da gravadora Philips Records.
10) O título do álbum que inaugurou o
movimento tropicalista se intitulava Tropicalia ou Panis et Circencis
e foi gravado em julho de 1968 pela gravadora Philips Records.
11) Uma discussão atualizada dessas
relações se encontra no ensaio “Antropofagia and Beyond: Patrícia Galvão’s
Industrial Park in the Age of Savage Capitalism” da professora Catherine M.
Bryan da University of Wisconsin, Oshkosh. O ensaio pode ser lido no link:
12) O extenso e brilhante ensaio
"Notas sobre a cultura e a política, 1964-1969", do professor e
crítico cultural, Roberto Schwarz se encontra
no livro do autor, O pai de família e outros estudos. Rio de Janeiro.
Paz e Terra (1978), mas pode também ser encontrado no seguinte link: http://tropicalia.com.br/eubioticamente-atraidos/visoes-brasileiras/cultura-e-politica.
Num dos momentos pontuais do ensaio,
Schwart compara uma das diferenças fundamentais entre a revolucionária
“estética da fome” de Glauber Rocha e a sua oposição dentro do movimento
tropicalista. Cito : ...” para obter o seu efeito artístico e crítico o
tropicalismo trabalha com a conjunção esdrúxula de arcaico e moderno que a
contra-revolução cristalizou, ou por outra ainda, com o resultado da anterior
tentativa fracassada de modernização nacional. Houve um momento, pouco antes
e pouco depois do golpe, em que ao menos para o cinema valia uma palavra de
ordem cunhada por Glauber Rocha (que parece evoluir para longe dela): “por
uma estética da fome”. A ela ligam-se alguns dos melhores filmes brasileiros,
Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol e Os Fuzis em particular. Reduzindo ao extremo, pode-se dizer que o
impulso desta estética é revolucionário. O artista buscaria a sua força e
modernidade na etapa presente da vida nacional, e guardaria quanta
independência fosse possível em face do aparelho tecnológico e econômico, em
última análise sempre orientado pelo inimigo. A direção tropicalista é
inversa: registra, do ponto de vista da vanguarda e da moda internacionais,
com seus pressupostos econômicos, como coisa aberrante, o atraso do país. No
primeiro caso, a técnica é politicamente dimensionada. No segundo, o seu
estágio internacional é o parâmetro aceito da infelicidade nacional: nós, os
atualizados, os articulados com o circuito do capital, frustada a tentativa
de modernização social feita de cima para baixo, reconhecemos que o absurdo,
a alma do país é a nossa.”
13) O artigo de Paulo Francis.
“Caetano, pajé doce e maltrapilho” de 1983, pode ser lido no link: http://levaumcasaquinho.blogspot.com/2015/10/caetano-paje-doce-e-maltrapilho-1983-um.html
14) A
resposta enraivecida, injusta e cheia de ressentimento de Caetano Veloso ao
artigo de Paulo Francis, mostra que o compositor tomou a crítica do Francis
como um ataque pessoal, em vez de tomá-la como uma análise cultural do
processo de mistificação e alienação massiva do ídolo Caetano pela mídia
nacional. A reação emocionalmente histérica do Caetano Veloso pode ser
observada no link:
15) No artigo “Sem mentira não se
vive” sobre o livro Verdade Tropical, de Gilberto Felisberto
Vasconcellos analisa: “O mapa tropicalista de direita surge nítido a nossos
olhos de hoje: má-fé acerca do golpe de 64 (a favor da derrubada de João
Goulart, mas contra a ditadura militar), interpretação maledicente e
reacionária de Glauber Rocha como artista suicida (por que não indagar quem
foi entre nós o seu assassino mítico?), desqualificação esnobe e imbecil do
folclore, defesa mercenária da TV monopolista...” Neste mesmo artigo de
Gilberto Felisberto Vasconcellos “Por causa da prisão em 1969 Caetano
aproveita para tirar onda de rebelde, considerando seus companheiros
tropicalistas "os mais profundos inimigos do regime". Mentira.
Depois do proprietário da Rede Globo e do atual presidente da República, o
cantor tropicalista talvez tenha sido o grande beneficiado do golpe de 64.
Não é por acaso que ele subestima o papel da CIA nos idos de 64, assim como
acha o marechal Castelo um cara bonzinho e "sensato". O artigo
completo, “Sem mentira não se vive” de Gilberto Felisberto
Vasconcellos sobre o livro “Verdade Tropical” se encontra no link:
16) O artigo, “Verdade tropical: um
percurso de nosso tempo”, de Roberto Schwarz sobre o livro de Caetano
Veloso se encontra no link: https://ficcoescanibais.wordpress.com/roberto-schwarz-verdade-tropical-um-percurso-de-nosso-tempo/
17) A notícia do show de Caetano
Veloso e Gilberto Gil em Israel e da negação de ambos ao pedido do músico
Roger Waters (do grupo Pink Floyd) para suspender o show que num país que
pratica o apartheid contra a população palestina pode ser visto, por exemplo,
no link: http://brasileiros.com.br/2015/06/caetano-e-gil-negam-ao-pedido-de-cancelamento-de-show-em-israel/
18) A relação dos países nacionais e
estrangeiros que liberam dinheiro para os Clinton se encontra, por exemplo,
no artigo “A fundação Clinton é um obstáculo para Hillary chegar a
presidencia dos EUA” pode ser visto no link:
19) As espúrias relações entre
Kissinger e Hillary se encontram no artigo “Hillary Clinton’s Embrace of
Kissinger is inexcusable” e podem ser vistas no link do jornal estadunidense the Nation: https://www.thenation.com/article/hillary-clintons-embrace-of-kissinger-is-inexcusable/
20) Uma guerra na qual [como
antecipava Bertrand Russell (filosofo socialista e lógico britânico), Manuel
Sacristán (filósofo marxista e lógico espanhol) e pelos intelectuais e movimentos
pacifistas internacionais não haverá vencedores nem vencidos, pois toda a
raça humana desaparecerá deste planeta Terra.
21) Estas informações podem ser lida
no artigo “Wikileaks’s Julian Assange
on Releasing DNC e-mails that Ousted Debbie Wasserman Schultz” do jornal estadunidense Democracy Now,
através do link:
22) Os leitores podem verificar a
denuncia de Bernie Sanders sobre o golpe de estado no Brasil na reportagem
“Bernie Sanders pede posição dos EUA sobre processo contra Dilma Rousseff:
Senador denuncia medidas do governo interino e pede eleições democráticas”,
no link do Jornal do Brasil: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/08/09/bernie-sanders-pede-posicao-dos-eua-sobre-processo-contra-dilma-rousseff/
23) A entrevista de Julian Assange, “Choosing Between Trump or Clinton is Like
Picking Between Cholera or Gonorrhea” pode ser lida no link do jornal
estadunidense Democracy Now:
24) Entre os poucos artigos
independentes da propaganda hegemônica da mídia corporativa ocidental que
denunciam o ataque ao presidente Putin e ao patrimônio russo, se encontra o
artigo, “Rusia, Israel y las omisiones
de los medios de comunicación” tradução ao espanhol do artigo
de Alsion Weir para o jornal estadunidense Counterpunch.org, e pode
ser lido no link: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=16622.
Outros intelectuais de importância
tais como o professor sociólogo estadunidense James Petras e o jornalista
brasileiro Pepe Escobar também tem denunciado frequentemente, em seus
escritos, a campanha de difamação contra o presidente Putin e a Rússia por
parte dos políticos neoliberais dos EUA, da Europa e da mídia corporativa
ocidental.
25) A entrevista de James Petras, “Hillary Clinton no es el mal menor, es el
mal mayor” para a Radio Centenário de Montevidéu, Uruguai também menciona
estes mesmos dados estatísticos, como se pode verificar através do link:
26) Entre os muitos artigos do jornalista Pepe Escobar
sobre essa hipótese provável de uma futura confrontação nuclear entre EUA,
aliados europeus versus Rússia e China, seleciono um artigo recente,
“Todo o jogo tem a ver com conter Rússia-China, por Pepe Escobar” que pode
ser encontrado no link: http://blogdoalok.blogspot.com/2016/08/todo-o-jogo-tem-ver-com-conter-russia.html
27) O artigo, “Provocando a guerra nuclear com o apoio da
mídia”, de John Pilger, pode ser lido no link: http://blogdoalok.blogspot.com/2016/09/provocando-guerra-nuclear-com-o-apoio.html
O artigo, “El otro crimen de guerra en los
Balcanes”, de Manuel E. Yepe, se encontra no
link: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=216214&titular=el-otro-crimen-de-guerra-en-los-balcanes-
28) Vejam esta informação no artigo “Provocando
a guerra nuclear com o apoio da mídia”, de John Pilger, que pode ser lido no
link: http://blogdoalok.blogspot.com/2016/09/provocando-guerra-nuclear-com-o-apoio.html
Agradecemos a revisão do texto por João (Jonga) Olivieri. |